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BCE mantém taxas de juro inalteradas

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O Banco Central Europeu (BCE) anunciou hoje que deixou as taxas de juro inalteradas, tal como na última reunião do Conselho de Governadores.

Esta é a segunda pausa consecutiva depois de 10 subidas das taxas de juro, com os últimos dados da inflação a apontarem para um abrandamento.

A taxa de depósitos permanece em 4%, o nível mais alto registado desde o lançamento da moeda única em 1999, enquanto a principal taxa de juro de refinanciamento fica em 4,5% e a taxa aplicável à facilidade permanente de cedência de liquidez permanece em 4,75%.

"Os anteriores aumentos das taxas de juro continuam a ser transmitidos de forma vigorosa à economia. As condições de financiamento mais restritivas estão a refrear a procura, o que está a ajudar a reduzir a inflação", indica a instituição presidida por Christine Lagarde, em comunicado.

O BCE prevê que o crescimento económico permanecerá fraco no curto prazo, mas considera que "embora a inflação tenha descido nos últimos meses, é provável que volte a subir temporariamente no curto prazo".

O Conselho do BCE volta a realçar o compromisso com o regresso da inflação à meta de 2% e acredita que as taxas de juro diretoras estão em níveis que, se forem mantidos por um período suficientemente longo, "darão um contributo substancial para esse fim".

"As futuras decisões do Conselho do BCE assegurarão que as taxas diretoras serão fixadas em níveis suficientemente restritivos durante o tempo que for necessário", indica o comunicado.

Numa altura em que o mercado espera que o BCE avance com um corte das taxas de juro no próximo ano, o Conselho do BCE realça que irá continuar "a seguir uma abordagem dependente dos dados na determinação do nível e da duração adequados da restritividade".

"Mais especificamente, as suas decisões sobre as taxas de juro basear-se-ão na avaliação das perspetivas de inflação, à luz dos dados económicos e financeiros que forem sendo disponibilizados, da dinâmica da inflação subjacente e da força da transmissão da política monetária", refere.

As taxas de juro diretoras do BCE são o principal instrumento para estabelecer a orientação da política monetária.

O BCE decidiu também no primeiro semestre de 2024 continuar a reinvestir, na totalidade, os pagamentos de capital dos títulos vincendos adquiridos ao abrigo do programa de compra de ativos devido a emergência pandémica (PEPP na sigla em inglês).

Já no segundo semestre do próximo ano tenciona reduzir a carteira do PEPP, em média, em 7,5 mil milhões de euros por mês e descontinuar os reinvestimentos no âmbito do PEPP no final de 2024.