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País

Caso gémeas esbarrou com maioria absoluta mas é preciso encerrá-lo

Palavras de Luís Montenegro, líder do PSD

Foto Gerardo Santos / Global Imagens
Foto Gerardo Santos / Global Imagens

O presidente social-democrata apelou hoje ao cabal esclarecimento do que aconteceu com o caso das gémeas luso-brasileiras para encerrar um assunto que "contaminou" a política do país e acusou o PS de impedir o apuramento da verdade.

"Temos de, rapidamente, encerrar esse assunto, sabendo tudo aquilo que se passou, tirando as devidas conclusões e ilações. É necessário saber a verdade, é necessário que todos prestem um esclarecimento cabal sobre a situação e que o país deixe de estar, até do ponto de vista político, contaminado por esta situação", disse Luís Montenegro aos jornalistas, à entrada para uma reunião do Partido Popular Europeu (PPE), grupo político ao qual o PSD pertence, em Bruxelas.

O líder do PSD confessou que lhe faz "confusão que todos os dias, de manhã à noite, todos os blocos noticiosos andem à volta desse tema, que é muito importante, que tem de ser esclarecido", mas para isso é necessário utilizar os "instrumentos democráticos" que acabam por esbarrar no da maioria absoluta do PS, aludindo às audições no parlamento chumbadas pela bancada socialista.

O caso das duas gémeas residentes no Brasil que adquiriram nacionalidade portuguesa e vieram a Portugal receber, em 2020, o medicamento Zolgensma, com um custo total de quatro milhões de euros, foi divulgado pela TVI, em novembro, e está a ser investigado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e pela Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS).

Costa quer reabilitar a sua imagem, após ter falhado como PM

O presidente do PSD disse ainda que o primeiro-ministro está a tentar reabilitar a sua imagem política com alguma finalidade, mas que "falhou como primeiro-ministro".

"Tenho constatado um esforço muito grande de António Costa para tentar reabilitar a sua imagem, não sei exatamente com que objetivo político, mas quero aqui dizer mais uma vez: António Costa falhou como primeiro-ministro", sustentou Luís Montenegro. O presidente social-democrata advogou que António Costa "não se demitiu por causa de um parágrafo".

"Demitiu-se na sequência de 14 demissões [no Governo], de trapalhadas em cima de trapalhadas, num Governo que dispunha de todas as condições. Tem aparecido agora com uma vontade grande de se vitimizar perante uma situação que ele próprio criou", completou o líder do PSD, considerando que oito anos de governação socialista contribuíram para o "empobrecimento do país".

Luís Montenegro aproveitou a ocasião para repetir a ideia de que o PS está a utilizar dinheiros públicos para fazer campanha.

"Já agora, aproveito para, mais uma vez, denunciar que o Governo está a utilizar os meios do Estado, dinheiros públicos, para fazer campanha. Está permanentemente a marcar sessões de apresentação, de projetos, de lançamento até de algumas obras, quando é um Governo que está em gestão", acusou Luís Montenegro.