Zelensky garante que Hungria não tem motivos para bloquear adesão de Kiev à UE
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse hoje, em Oslo, que não vê razão para a Hungria bloquear a entrada do seu país na União Europeia (UE), uma questão central na cimeira comunitária que começa quinta-feira em Bruxelas.
Viktor "Orbán não tem motivos para bloquear a entrada da Ucrânia na UE", afirmou Zelensky, que levantou esta questão com o Presidente húngaro num "diálogo" realizado em Buenos Aires, onde ambos estiveram no domingo passado para a tomada de posse de Javier Milei como Presidente argentino.
Segundo Zelensky, apesar de a conversa ter decorrido há três dias, ainda continua "à espera de uma resposta".
Numa conferência de imprensa conjunta com os chefes de governo dos países nórdicos, Zelensky destacou a importância de a Ucrânia e a Hungria terem "uma reunião verdadeiramente construtiva", uma vez que os dois países são "vizinhos e têm fronteiras" comuns.
O Presidente ucraniano, que está em Oslo para participar num encontro com os líderes dos cinco países nórdicos (Noruega, Suécia, Dinamarca, Finlândia e Islândia), no qual Zelensky pretende encontrar apoio para financiar o seu projeto de produção de armas do tipo NATO em território ucraniano, sublinhou que irá discutir o reforço da cooperação militar, política e económica, mas também "o futuro comum na Europa".
O chefe de Estado da Ucrânia minimizou o seu fracasso em desbloquear a oposição republicana ao envio de nova ajuda militar dos Estados Unidos para Kiev, durante a sua visita de dois dias a Washington, de onde voou para Oslo.
Zelensky assegurou ter recebido "sinais positivos" sobre esse apoio, mas admitiu que é preciso respeitar os tempos e as questões internas daquele país.
Durante a sua reunião com os primeiros-ministros da Dinamarca, Suécia, Noruega e Islândia e com o presidente da Finlândia, Sauli Niinistö, Zelensky recebeu novas promessas de apoio militar e económico enquanto for necessário a Kiev.
"Os países nórdicos estão com a Ucrânia, separadamente e em conjunto, e continuarão a estar", afirmou a primeira-ministra islandesa, Katrín Jakobsdóttir.
A sua homóloga dinamarquesa, Mette Frederiksen, adiantou que irá apresentar na quinta-feira um novo pacote militar de quase mil milhões de euros para ajudar a Ucrânia, e que inclui "munições, tanques e drones".
Paralelamente, o anfitrião da reunião, o chefe do Governo norueguês, Jonas Gahr Støre, anunciou um novo pacote de ajuda civil e humanitária no valor de três mil milhões de coroas (254 milhões de euros), extraído do plano quinquenal apresentado há alguns meses e cujo valor conjunto é de 75.000 milhões de coroas (6.351 milhões de euros).
"O resto da Europa deve fazer o mesmo que os países nórdicos fazem", disse Zelensky, que agradeceu aos líderes de cada país, um por um, pelo seu apoio a Kiev.
Durante a sua estadia na Noruega, Zelensky deverá ainda encontrar-se com os reis Harald V e Sónia, no Palácio Real, e com empresários e políticos.
Esta não é a primeira vez que Zelensky visita os países nórdicos desde o início da guerra com a Rússia, em fevereiro de 2022.
O chefe de Estado ucraniano esteve numa reunião semelhante, em Helsínquia, em maio passado, e, em agosto, viajou para Copenhaga e Estocolmo, onde recebeu promessas de envio de combatentes para a Ucrânia.