Zelensky insiste que não ganhará guerra sem ajuda
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, declarou hoje em Oslo que a Ucrânia não consegue vencer a guerra contra a Rússia sem a ajuda dos seus aliados.
"É claro que não podemos vencer sem ajuda", afirmou Zelensky numa conferência de imprensa após uma reunião com o primeiro-ministro norueguês, Jonas Gahr Støre.
"Mas não podemos perder, porque a única coisa que temos é o nosso país", sublinhou o chefe de Estado ucraniano.
Nos Estados Unidos, bem como na União Europeia (UE), o envio de dezenas de milhares de milhões de dólares em ajuda para a Ucrânia está a ser dificultado por divisões internas dos aliados da Ucrânia.
Como a contraofensiva militar ucraniana lançada em junho não alcançou os resultados esperados, Zelensky está a procurar mobilizar novamente os seus aliados.
O Presidente ucraniano deve participar em Oslo numa reunião dos líderes dos cinco países nórdicos (Noruega, Suécia, Dinamarca, Finlândia, Islândia), na qual Zelensky pretende encontrar apoio para financiar o seu projeto de produção de armas do tipo NATO em território ucraniano.
"Discutiremos o reforço da cooperação militar, política e económica, bem como o nosso futuro comum na Europa", escreveu Zelensky na rede social X.
Numa carta aberta publicada no jornal Financial Times, os cinco líderes nórdicos argumentaram que "a Ucrânia não pode se defender da Rússia com palavras" e que "a guerra não se ganha sem armas".
Depois de uma passagem pela Argentina, onde assistiu no domingo à tomada de posse do Presidente do país, Javier Milei, o chefe de Estado ucraniano deslocou-se esta semana aos Estados Unidos para tentar desbloquear novos fundos para o seu país.
Zelensky saiu sem conseguir convencer o Congresso norte-americano, dividido sobre o assunto, a aprovar um novo envelope de 61 mil milhões de dólares de ajuda para o seu país, entretanto declarou que recebeu sinais "positivos".
Por seu lado, o Kremlin declarou na terça-feira que qualquer nova ajuda norte-americana estava condenada a ser um "fiasco", enquanto o exército russo alega progressos "significativos" na frente de combate.
Desde o início da guerra, em fevereiro de 2022, os países nórdicos prestaram assistência significativa à Ucrânia. No início do ano, a Noruega concedeu ajuda civil e militar plurianual de 6,8 mil milhões de euros à Ucrânia durante o período 2023-2027.
Hoje, a Noruega anunciou o pagamento de pouco mais de 250 milhões de euros a Kiev como parte deste pacote, incluindo novos sistemas antiaéreos, quando a Ucrânia continua a ser bombardeada pelos russos. Mais de cinquenta pessoas ficaram feridas hoje num ataque noturno com mísseis em Kiev.
A Noruega e a Dinamarca já doaram tanques, canhões e munições e prometeram que forneceriam caças F-16 ao exército ucraniano. A Suécia está a considerar enviar caças Gripen.
A abertura das negociações de adesão à UE e a aprovação de uma ajuda europeia de 50 mil milhões de euros, sob a forma de doações e empréstimos, para a Ucrânia também estarão na agenda de uma cimeira europeia em Bruxelas, que acontece entre quinta e sexta-feira. Entretanto, esta ajuda da UE também está a enfrentar obstáculos.
O Presidente húngaro, o nacionalista Viktor Órban, o único líder da UE a manter laços estreitos com o Kremlin após a invasão da Ucrânia pela Rússia, ameaçou bloquear estas decisões importantes para a Ucrânia.