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"Somos o que somos porque tivemos o passado que tivemos e nos orgulhamos dele"

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Foto Lusa

O Presidente da República afirmou hoje que "há poucos países" na Europa com a história e a "consistência territorial" de Portugal, e apontou que o presente é moldado pelo passado do país, do qual os portugueses se orgulham.

Marcelo Rebelo de Sousa fez uma pequena declaração depois de participar nas comemorações do 1.º de Dezembro de 1640, que decorreram na Praça dos Restauradores, em Lisboa, e de ter visitado a Exposição "900 Anos de Portugal", promovida pela Sociedade Histórica da Independência de Portugal, no Palácio da Independência.

"Há poucos países, poucas pátrias na Europa com esta história e com a consistência territorial deste o início até hoje, muito poucas", afirmou o chefe de Estado, assinalando que "não havia Espanha no momento em que passou a haver Portugal, havia vários reinos, várias entidades políticas, e não um Estado como Portugal".

O Presidente da República afirmou também que "não havia na generalidade dos países europeus ocidentais um país independente ao tempo da independência de Portugal".

Apontando que "não há interrupção entre o passado, o presente e o futuro", Marcelo Rebelo de Sousa considerou "é muito importante, porque é olhar para o passado, é viver o presente, mas é sobretudo construir o futuro".

"Nós seremos o que formos e somos o que somos porque tivemos o passado que tivemos e nos orgulhamos dele", defendeu.

O chefe de Estado considerou, no dia em que se assinala a restauração da independência após um período de domínio espanhol, que este é um 1.º de Dezembro "muito especial", e destacou a iniciativa da Sociedade História da Independência de Portugal de comemorar os 900 anos de história de Portugal, anunciado que "já mereceu o patrocínio da Presidência da República".

Neste pequeno discurso depois de ter assinado o livro de honra da exposição, falando sem microfone ou púlpito, o Presidente afirmou que "as independências, na altura como hoje, mas na altura eram processos, não eram um dia".

"Mesmo a restauração da independência teve um dia, o 1.º de Dezembro, depois de décadas de luta nas guerras da restauração", e "o momento decisivo chegou com a bula papal, reconhecendo a independência do Reino de Portugal", apontou.

Ladeado pela ministra da Defesa Nacional, Helena Carreiras, pelo presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, e pelo presidente da sociedade histórica, José Ribeiro e Castro, o comandante supremo das Forças Armadas destacou que os militares foram "cruciais em momentos que são fundadores ou refundadores da pátria".

Momentos antes, na cerimónia que comemorativa da Restauração da Independência, o presidente da Sociedade Histórica da Independência de Portugal indicou ter apresentado "há umas semanas ao Presidente da República a ideia quanto a assinalar os 900 anos de Portugal ao longo dos próximos 50 anos" e disse esperar que este projeto possa contar com o apoio do Governo.

"Não é obviamente 50 anos sempre em festa, não seria bom nem posível, é ter e comunicar o entendimento de a nossa fundação ser um percurso de cerca de 50 anos que podemos situar entre 1128, a Batalha de São Mamede, e 1179, a bula Manifestis Probatum", o documento papal que confirmou D. Afonso Henriques como rei de Portugal, referiu José Ribeiro e Castro.

Numa referência à situação política atual, o antigo líder do CDS-PP afirmou que, "ao que consta, há incerteza e inquietação com o que se passará nos próximos meses e logo a seguir".

"Em ocasiões destas, não há como espraiar o nosso olhar pelos 900 anos" que passaram e "alargar a visão pelos 50 anos à frente", apontou, questionando "o que são uns meses na grande perspetiva do tempo e da História".

No final da cerimónia evocativa da Restauração da Independência após décadas de domínio espanhol, a comitiva seguiu a pé para o Palácio da Independência, junto à Praça do Rossio. Depois de visitarem a exposição, o Presidente da República, a ministra da Defesa Nacional e o presidente da Câmara Municipal de Lisboa assinaram o livro de honra.