Fugitivo italiano ligado à máfia calabresa detido na Colômbia
Um fugitivo italiano de 55 anos, suspeito de estar ligado à máfia calabresa 'Ndrangheta e procurado por grande tráfico de cocaína entre a América do Sul e a Europa, foi detido na Colômbia, anunciou esta quinta-feira a Interpol.
Massimo Gigliotti foi alvo de um alerta vermelho, um aviso internacional de detenção emitido pela organização internacional de polícia criminal a pedido da Itália, um dos seus países membros, especificou, em comunicado, a instituição que tem sede em Lyon.
O suspeito foi detido pela polícia nacional colombiana, "depois de agentes do departamento de investigação operacional dos carabinieri [polícia militarizada italiana] de Bolonha terem analisado e divulgo informações" do gabinete de polícia europeu Europol, acrescentou a Interpol, que não especificou o dia ou a cidade em que ocorreu a detenção.
A Europol colaborou com as unidades do programa Interpol I-CAN (Cooperação da Interpol contra a 'Ndrangheta) em Lyon, com o apoio de um agente policial italiano na Colômbia.
"A investigação sobre o suspeito acelerou na América do Sul depois de o Projeto I-CAN ter denunciado o fugitivo em setembro passado às autoridades do Brasil, Colômbia, República Dominicana, Panamá e Venezuela", revelou ainda a Interpol.
Desde o seu lançamento em 2020, o I-CAN facilitou a detenção de 93 fugitivos em todo o mundo, segundo a organização internacional, que tem até à data 195 países membros e cerca de 800 funcionários em Lyon e que celebra este ano o seu centenário.
Em fevereiro, a Interpol tinha divulgado a detenção do italiano Edgardo Greco, alegado membro da poderosa máfia calabresa, a 'Ndrangheta, em Saint-Etienne, no centro-leste de França, depois de 16 anos em fuga.
Este sexagenário condenado a prisão perpétua foi detido pela polícia francesa graças a informações dos carabinieri [polícia militarizada italiana], partilhadas entre os dois países parceiros graças ao projeto I-CAN.
Também no mesmo mês decorreu uma grande operação policial contra a máfia que assola a Calábria.
Nesta operação participaram cerca de 300 agentes da autoridade, apreendendo bens no valor de mais de 250 milhões de euros.
Centenas de membros desta organização estão a ser julgados num 'mega julgamento'.
Em 16 de janeiro, o chefe da 'Cosa Nostra', Matteo Messina Denaro, foi detido pelas autoridades italianas, acusado de ser o instigador de vários homicídios e massacres que marcaram a Itália durante décadas.
Procurado desde a década de 90, Matteo Messina Denaro conseguiu ficar escondido graças a uma rede de contactos e ajudas que lhe garantiram a fuga durante todos esses anos.