IL acusa PS de "atrasar o País" que precisa de outro orçamento
O presidente da Iniciativa Liberal acusou hoje o PS de "atrasar o país", considerando que "havia condições" para as eleições se realizarem antes de 10 de março, e defendeu que "não é este" o orçamento de que o país precisa.
O líder da IL falava aos jornalistas na Assembleia da República minutos depois de o Presidente da República ter anunciado a dissolução do parlamento e a marcação de eleições legislativas antecipadas para 10 de março.
Na opinião do liberal, "havia condições" para as eleições se realizarem numa "data mais próxima" e considerou que "é mais uma vez o PS a atrasar o país", dado que os socialistas vão ter de escolher um novo secretário-geral.
Rui Rocha apontou também que as próximas legislativas representam "uma enorme oportunidade", possibilitando "encerrar o livro socialista".
Questionado sobre uma possível coligação com o PSD, o presidente da IL rejeitou, indicando que o partido vai apresentar-se a eleições com listas e candidatos próprios, bem como com a sua "visão de país".
"Era perfeitamente possível que o PS agilizasse esta decisão sobre a sua liderança e não pusesse o país em suspenso durante tanto tempo", defendeu Rui Rocha, afirmando esperar que "seja a última vez que isso aconteça".
O líder da IL referiu também que António Costa vai continuar a liderar o atual Governo "durante quatro meses", mesmo estando "ferido na sua credibilidade".
Quanto ao Orçamento do Estado, Rui Rocha criticou a decisão do Presidente da República de permitir a entrada em vigor: "Não me peçam para ter qualquer tipo de entusiasmo com a decisão de que este orçamento entrará em vigor. O Orçamento do Estado que o país precisa não é este".
"Os portugueses vão ser chamados a decidir o seu futuro e há uma enorme oportunidade para que esse futuro seja de transformação, de oportunidades com ambição, para que possamos ter um país que cresce, confia, que arrisca", sustentou.
O Presidente da República anunciou hoje que vai dissolver o parlamento e marcar eleições legislativas antecipadas para 10 de março.
"Optei pela dissolução da Assembleia da República e a marcação de eleições em 10 de março de 2024", declarou o chefe de Estado, numa comunicação ao país a partir da Sala das Bicas do Palácio de Belém, em Lisboa.
Marcelo Rebelo de Sousa referiu que os partidos foram "claramente favoráveis" a esta decisão, enquanto no Conselho de Estado se verificou um "empate e, portanto, não favorável à dissolução -- situação, aliás, que já ocorrera no passado com outros chefes de Estado".
O chefe de Estado anunciou também que vai adiar o processo formal de demissão do Governo por decreto para permitir a aprovação e entrada em vigor do Orçamento do Estado para 2024.
O primeiro-ministro, António Costa, pediu na terça-feira a demissão ao Presidente da República, que a aceitou.
António Costa é alvo de uma investigação do Ministério Público no Supremo Tribunal de Justiça, após suspeitos num processo relacionado com negócios sobre o lítio, o hidrogénio verde e o 'data center' de Sines terem invocado o seu nome como tendo intervindo para desbloquear procedimentos.
Na investigação, de acordo com a Procuradoria-Geral da República, podem estar em causa os crimes de prevaricação, corrupção ativa e passiva de titular de cargo político e tráfico de influência.
No dia da demissão, António Costa recusou a prática "de qualquer ato ilícito ou censurável" e manifestou total disponibilidade para colaborar com a justiça.