Pontos nos is
1. António Costa usou até à exaustão a expressão:” À justiça o que é da justiça, à política, o que é da política”. Desta feita e ao contrário do que fez com os seus ministros, tirou as devidas ilações, fazendo a leitura política que conduziu à sua demissão.
2. Montenegro, provavelmente ainda atordoado com a possibilidade do poder lhe “cair no colo”, fez tábua rasa da presunção da inocência para fazer a leitura política que mais lhe é conveniente, como se ele próprio tivesse livre de qualquer suspeição: basta recordar que há uma nebulosa sobre a forma como foi licenciada a construção da sua moradia, não se sabendo se haverá novos elementos que o possam comprometer no futuro.
3. Quem saiu a ganhar, foi Marcelo Rebelo de Sousa. No momento em que se encontrava na “mira” da comunicação social na sequência das declarações feitas ao embaixador da Palestina em Portugal e por alegadamente ter “metido uma cunha” para o tratamento milionário de gémeas brasileiras, volta a ter nas mãos os destinos da governação do país e dará, provavelmente, posse a um Governo minoritário que sairá do próximo eleitoral, reforçando, assim a sua influência e garantirá a sua indispensabilidade nos destinos da Nação.
4. No plano doméstico a hecatombe teve já uma consequência: Paulo Cafôfo, novo “desempregado político”, safou-se de ser demitido, podendo agora se concentrar na tomada de assalto do PS Madeira.
Eduardo Simões