Governo israelita diz ser prematuro pensar no futuro da Faixa de Gaza
O Governo israelita considerou hoje "muito prematuro" discutir "cenários" para o futuro da Faixa de Gaza, que deverá ser "desmilitarizada", mas admitiu que já estava a falar com outros países sobre o assunto.
É muito prematuro falar de cenários para o "'dia seguinte' ao Hamas", afirmou hoje o porta-voz do Governo israelita, Eylon Levy.
"Gostaria que o 'dia seguinte' ao Hamas fosse na próxima semana, mas provavelmente vai demorar mais tempo", acrescentou.
"Estamos a explorar várias possibilidades com os nossos parceiros internacionais", acrescentou, estabelecendo como "denominador comum" que a Faixa de Gaza seja "desmilitarizada" para que "nunca mais se torne" um "ninho de terrorismo".
Anteriormente, o membro do governo de guerra Benny Gantz, anteriormente um dos líderes da oposição, tinha falado de um "mecanismo alternativo para Gaza" no final da atual operação militar.
"Mas o Hamas não fará parte dele", afirmou.
Israel declarou que as suas tropas estão agora "no coração" da cidade de Gaza, onde os combates se intensificaram nos últimos dias, após um mês de guerra contra o Hamas, movimento considerado terrorista pela União Europeia e Estados Unidos da América e que controla o enclave desde 2007.
O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, afirmou hoje que Israel não deve "reocupar" a Faixa de Gaza no final do atual conflito com o Hamas, após uma reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros do G7 em Tóquio.
Aliado fundamental de Israel, os Estados Unidos já tinham manifestado a sua oposição a uma eventual reocupação do território palestiniano na terça-feira, depois de o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, ter declarado na véspera que o seu país assumiria "a responsabilidade geral pela segurança" em Gaza "por um período indefinido".
Do lado israelita, pelo menos 1.400 pessoas morreram desde o início da guerra, segundo as autoridades, a maioria civis vítimas do ataque do grupo islamita palestiniano Hamas, em 07 de outubro, com uma violência e uma dimensão sem precedentes desde a criação de Israel em 1948.
Na Faixa de Gaza, 10.569 pessoas, na sua maioria civis, incluindo 4.324 crianças, foram mortas pelos bombardeamentos israelitas, de acordo com um relatório publicado na quarta-feira pelo Ministério da Saúde do Hamas.