Este é um momento "muito mau" para o país e para a Madeira, diz Calado sobre demissão de Costa
Este é um momento "muito mau" para o país e para a Região Autónoma da Madeira. Foi desta forma que Pedro Calado reagiu à demissão de António Costa do cargo de primeiro-ministro na sequência da investigação de projectos de lítio e hidrogénio.
"É um momento muito mau para o país e para a Região Autónoma da Madeira. A última coisa que o país necessitava era ficar sem Governo, disse, hoje, o presidente da CMF e da AMRAM à margem da inauguração do banco de leitura-oferta Expresso, na Praça Colombo (Praça Amarela).
No seu entender, é "inevitável" a convocação de eleições antecipadas, até porque este é o cenário mais provável face aos últimos acontecimentos.
O problema não é só de ontem. Nos últimos dois, três anos houve uma sucessão de acontecimentos que descredibilizam toda a política a nível nacional. Neste momento, não há outro caminho senão devolver a palavra ao povo". Pedro Calado
Confrontado se uma vitória do PSD seria benéfica para o país e para a Região, fez questão de frisar que "mais importante do que pensar em partidos, é pensar na nação".
No seu entender, o país precisa de "muita estabilidade política e governativa" à semelhança do que acontece na Madeira.
Ao longo de décadas, temos tido na Madeira estabilidade governativa, política e social e isso tem se reflectido no crescimento e no dinamismo económico. A nível nacional, de 10 em 10 anos, há intervenções do FMI e da Troika. Há períodos de crescimento aos quais se sucedem períodos de grande repercussão negativa em termos de despesa pública. Temos de parar um pouco, refundar o país e fazer reformas significativas". Pedro Calado
Na qualidade de presidente da AMRAM, lamentou os impactos negativos que isto trará para os municípios, nomeadamente a "falta de orçamento" e "a gestão do país por duodécimos".
"Uma instabilidade de liderança que vai fazer com que muitos projectos apoiados pelo Plano de Recuperação e Resiliência, que iriam beneficiar os municípios, possam atrasar. É preciso perceber que, neste momento, vamos entrar num período de gestão corrente. Muitos concursos públicos vão ser atrasados e isso vai pôr em causa a execução de muitos projectos. Devido a tudo isto, o país passa por um processo negativo, sendo aquilo que menos precisávamos", concluiu.