Fernando Santos diz-se “de braços abertos” para retomar relação com Cristiano Ronaldo
Antigo seleccionador e CR7 não se falam desde que regressaram do Catar
Foi numa entrevista concedida ao jornal A Bola que o antigo seleccionador da selecção portuguesa de futebol assume ficar triste caso não seja possível retomar a relação com Cristiano Ronaldo. Fernando Santos e CR7 não se falam desde o regresso do Catar, após o Mundial, em que o madeirense ficou de fora nos jogos com a Suíça e Marrocos.
Nesta entrevista, Fernando Santos assume que “tinha uma relação fortíssima com o Cristiano”, tanto a nível profissional como pessoal. “Eu tomei uma decisão que foi estratégica no Catar. É preciso compreender um pouco. Eu acabei de dizer que ele é o melhor do Mundo. E é. Mas teve um momento da carreira que foi muito difícil”, diz Fernando Santos. O técnico lembra que o primeiro semestre de 2022 foi complicado para o craque, tendo em conta a perda do filho gémeo no parto, ao qual se juntou a parte profissional, em que não fez a pré-epoca e foi pouco utilizado no Manchester United.
Apesar de admitir que Cristiano Ronaldo, fisicamente, estava no top, afirma que tomou uma decisão estratégica ao não colocá-lo a jogar.
De qualquer forma, em termos de ritmo do jogo foi o pior momento dele. Ele não tinha ritmos. Nós tentámos, durante aqueles jogos antes do Campeonato do Mundo, e depois nos primeiros jogos do próprio Campeonato do Mundo, que ele entrasse nos ritmos do jogo, que era aquilo que lhe estava a faltar. O resto não lhe faltava nada. Fernando Santos
O antigo seleccionador afirma que sentiu que para Portugal a melhor opção era deixar Ronaldo de fora, algo que diz não se arrepender de ter feito. “A minha confiança nele era igual. Todos os que lá estávamos achávamos que íamos ser Campeões do Mundo, sabe? A minha convicção, e a dos jogadores, era igual à de 2016. Mas pronto, não aconteceu. Se tivéssemos ganho a Marrocos, e perante o adversário que vinha a seguir [França], se calhar o Cristiano era titular”, admite.
Fernando Santos assume que esta escolha nada teve que ver com o jogo com a Coreia, em que o futebolista proferiu palavras menos simpáticas aquando da sua substituição. “Já referi que aquele período foi de grande ansiedade para ele, percebo a reação porque para ele é um grande amigo que o deixa fora. Mas eu não me podia orientar por aí, percebe? Eu continuo igualzinho com ele. Da minha parte a relação é a mesma e ele continua a ser como um filho ou um irmão mais novo para mim”, diz.
O técnico admite não haver mágoa da sua parte e mostra-se de braços abertos para retomar a estreita ligação que ambos tinham.