Eleições e referendos podem trazer novas restrições ao aborto nos EUA
O direito ao aborto nos EUA poderá sofrer novas restrições em função dos processos eleitorais e dos referendos que se realizam a partir de hoje.
A eleição de senadores ou legisladores em Estados como Virgínia, Ohio, Pensilvânia ou Kentucky pode levar a uma mudança de política e a uma regulamentação mais restritiva sobre esta matéria.
No Ohio, os eleitores vão hoje decidir sobre a alteração da constituição estadual para consagrar o direito ao aborto.
Por sua vez, na Virgínia vão ser eleitos os deputados para as duas câmaras estaduais.
Os republicanos estão, atualmente, em maioria na câmara baixa, enquanto os democratas lideram o senado estadual.
Se os republicanos conseguirem assumir o controlo da câmara baixa, o governador Glenn Youngkin poderá implementar a proibição do aborto após 15 semanas, como tem vindo a defender.
O Kentucky, por sua vez, é um dos Estados mais restritivos, com o aborto a ser proibido em quase todas as situações, exceto quando a vida da mãe está em perigo.
O governador democrata Andy Beshear concorre a um segundo mandato, num Estado maioritariamente republicano, e abraçou o tema do aborto como uma das suas principais causas.
Já na Pensilvânia vai ser ocupado um lugar livre no Supremo Tribunal estadual.
O candidato democrata Daniel McCaffery prometeu proteger "os direitos reprodutivos das mulheres" e a republicana Carolyn Carluccio comprometeu-se a defender "toda a vida sob a lei".
Dados do Instituto Guttmacher, citados pela agência EFE, indicam que em 21 Estados norte-americanos é proibido abortar após 18 semanas de gestação, embora este limite possa ser mais reduzido em alguns casos.
Uma sondagem realizada pela empresa Gallup revelou que apenas 13% dos americanos defendem que o aborto deve ser ilegal, enquanto 51% acreditam que deve ser legal em determinadas circunstâncias.
Já 34% responderam que o aborto deve ser legal em quaisquer circunstâncias.