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Privatização da TAP e decisão do aeroporto entre os dossiês em risco de atrasos

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A privatização da TAP e a decisão sobre o novo aeroporto, prometidas para o próximo ano, são dois dos grandes dossiês do Governo que ficam em risco de atraso, na sequência da demissão do primeiro-ministro, António Costa.

O Governo deu o primeiro passo para a privatização da TAP com a aprovação de um decreto-lei que enquadra as condições da venda e prometeu a conclusão do processo no primeiro semestre do próximo ano, mas este é um dossiê que pode ficar em risco com a demissão de António Costa.

Já no que diz respeito à solução aeroportuária para a região de Lisboa, a comissão técnica independente (CTI) incumbida de analisar as várias propostas entrou na reta final dos seus trabalhos, que culminam com um relatório final que será a base da decisão do Governo.

O ministro das Infraestruturas, João Galamba, tinha prometido uma decisão rápida, após a análise do relatório final da CTI, mas, perante a incerteza política, este é também um processo que poderá ficar comprometido.

Da mesma forma, também os trabalhos de modernização da ferrovia, já com atrasos, poderão ser afetados.

Estas pastas estão sob a alçada do ministro das Infraestruturas, João Galamba, que foi hoje constituído arguido pelo Ministério Público (MP) no inquérito relacionado com os negócios do lítio e hidrogénio verde.

O primeiro-ministro, António Costa, pediu hoje a sua demissão ao Presidente da República, que a aceitou, após o Ministério Público revelar que é alvo de investigação autónoma do Supremo Tribunal de Justiça sobre projetos de lítio e hidrogénio.

O Presidente convocou para quarta-feira os partidos para uma ronda de audiências no Palácio de Belém, em Lisboa, e vai reunir o Conselho de Estado na quinta-feira.

Numa declaração no Palácio de São Bento, António Costa recusou a prática "de qualquer ato ilícito ou censurável" e manifestou total disponibilidade para colaborar com a justiça "em tudo o que entenda necessário".