Albuquerque diz que "não há outra saída que não seja a convocação de eleições"
“Em primeiro lugar, o primeiro-ministro demitiu-se e nessas circunstâncias, no actual quadro, não há outra saída que não seja a convocação de eleições", afirmou Miguel Albuquerque, há momentos, pouco depois de chegar às Canárias onde vai participar numa conferência dos presidentes das RUP.
“Penso que o senhor Presidente da República vai auscultar os partidos e está marcado um Conselho de Estado para quinta-feira e posteriormente, no prazo de 55 dias, como diz a Constituição haverá eleições, possivelmente em Janeiro", afirma.
O presidente do Governo Regional não vai estar no Conselho de Estado que no entanto, lembra, é uma simples formalidade.
“Não consigo estar, cheguei agora a Canárias para a conferência dos presidentes das RUP mas vou informar o chefe da Casa Civil que estou contactável, se o senhor Presidente da República quiser qualquer esclarecimento da nossa parte", adianta.
Sobre a demissão de António Costa e, ao que tudo indica, a convocação de eleições antecipadas, lembra que a situação era insustentável para o primeiro-ministro.
“Em primeiro lugar, são circunstâncias inesperadas, porque este era um governo que se perspectivava que iria governar no horizonte de toda a legislatura, uma vez que tinha maioria absoluta. Neste momento são circunstâncias especiais e fortuitas que levaram, inevitavelmente, à demissão do primeiro-ministro. Um dos ministros estava sob suspeita, o próprio chefe de gabinete do primeiro-ministro está sob suspeita e isso torna impossível governar nessas circunstâncias", explica.
Tal como tinha afirmado esta manhã, antes de ser conhecida a demissão de António Costa, Miguel Albuquerque não tem dúvidas de que esta situação beneficia os partidos extremistas e populistas.
“Este tipo de situações leva à erosão das instituições democráticas e alimenta, como é óbvio, os extremismos e os populismos. Estamos a viver uma época em que há um desgaste acentuado dos partidos no centro do espectro político. Estas situações levam ao reforço dos extremos, das vozes mais populistas, mas justicialistas. Do meu ponto de vista, para quem acha que o futuro da Humanidade deve assentar na democracia pluralista, não são boas notícias." Miguel Albuquerque, presidente do Governo Regional da Madeira
Tudo aponta para que as eleições antecipadas sejam marcadas para Janeiro do próximo ano. O PSD-Madeira teve eleições regionais em Setembro, mas Albuquerque diz que está preparado para novo acto eleitoral,
“Estamos sempre preparados, vamos fazer a nossa campanha. Toda a gente sabe, neste momento, qual a posição do partido ao nível regional e a sua repercussão no quadro nacional. Somos o partido que sempre tem defendido as causas da Madeira e continuamos a defender", garante.
O próximo Orçamento de Estado, lembra, só deverá ter discussão "lá para Junho e isso vai levar, outra vez, ao atraso na inscrição de novas empresa no Centro Internacional de Negócios, temos aqui um prejuízo directo para a economia e atractividade de investimento para a Região".
“O que vamos fazer é acentuar a necessidade de dar voz ao PSD-Madeira que é a força que continua a defender os interesses da Região no parlamento nacional
O OE2024, que foi aprovado na generalidade em São Bento é que não vai avançar, assegura: “Não vai ser aprovado, o primeiro-ministro está demissionário e não vai haver aprovação do OE".
Quanto ao PSD nacional, diz que "tem de estar preparado" para eleições. "É fundamental o PSD nacional ir para o terreno e apresentar propostas credíveis e consistentes", conclui.