Funchal é o único concelho da Madeira com poder de compra acima da média nacional
Capital madeirense é o 15.º município do país no Indicador per Capita do Poder de Compra (IpC)
Dos concelhos da Região Autónoma da Madeira (RAM), apenas o Funchal está acima da média nacional no Indicador per Capita do Poder de Compra (IpC), segundo os dados referentes a 2021, divulgados esta terça-feira pela Direcção Regional de Estatística (DREM), tendo em conta o Estudo sobre o Poder de Compra Concelhio (EPCC) publicados pelo Instituto Nacional de Estatística.
No cômputo nacional, a RAM apresenta o valor de 87,15, encontrando-se, a par da Região Autónoma dos Açores (87,37), no patamar mais baixo das sete regiões NUTS II do país, sendo a liderança da Área Metropolitana de Lisboa (121,37).
O único município da RAM com um IpC superior à média nacional é o Funchal (109,59), surgindo como o 15.º município do país com valor mais elevado neste indicador (13.º em 2019).
Se olharmos à média regional, verifica-se que além do Funchal, apenas o Porto Santo (97,51) possui um valor superior (87,15). Ponta do Sol (60,72) e Porto Moniz (61,04) são os municípios da RAM com o IpC mais baixo do País, ambos integrando o conjunto dos quatro municípios nos quais o IpC é inferior a 62.
O IpC refere-se ao poder de compra manifestado quotidianamente, em termos per capita, nos vários municípios ou regiões, tendo por referência o valor nacional. “Note-se que este indicador não significa o IpC dos residentes no município, mas o que foi manifestado no município”, explica a DREM.
Já o indicador relativo à Percentagem de Poder de Compra (PPC) é derivado do Indicador per Capita (IpC) e tem por objectivo “avaliar o grau de concentração do poder de compra nos vários territórios, sendo que as áreas caracterizadas com maior ou menor poder de compra não dependem apenas da distribuição do poder de compra em termos per capita pelo país, mas também da distribuição espacial da população residente”, ressalva a DREM.
Neste indicador, a RAM concentrava 2,113% do poder de compra do país, sendo de destacar a posição do Funchal que manifesta um IpC elevado e integra o conjunto restrito de 23 municípios que têm mais de 1% do poder de compra nacional onde se incluem vários municípios das Áreas Metropolitanas de Lisboa e Porto, Braga, Coimbra, Guimarães, Leiria e Vila Nova de Famalicão.
O Porto Moniz apresenta a PPC mais baixa da RAM, o que reflecte a sua reduzida expressão populacional, apresentando individualmente um valor inferior a 0,015% do poder de compra nacional, tal como sucede com dois municípios da RA Açores (Corvo e Lajes das Flores) e um município do Alentejo (Barrancos). No contexto regional, o Funchal concentra 53,0% do poder de compra da RAM, seguido de Santa Cruz (14,9%) e de Câmara de Lobos (9,3%).
O indicador Factor Dinamismo Relativo (FDR) pretende refletir o poder de compra de manifestação irregular (geralmente sazonal) relacionado com os fluxos populacionais induzidos pela atividade turística, revelando a dinâmica que ainda existe na informação de base, para além da associada ao primeiro fator extraído da análise fatorial: o poder de compra per capita manifestado quotidianamente nos territórios (IpC).
Este indicador, que traduz, de certo modo, a importância da atividade turística para os municípios – tendo em consideração o contexto nacional – capta a relevância daquela atividade para os municípios da Região.
Neste âmbito, todos os municípios da RAM, com exceção de Câmara de Lobos (-0,169), apresentam um FDR superior ao do país (-0,092), com destaque para o Porto Moniz (1,125), Calheta (0,998), Porto Santo (0,947) e São Vicente (0,623). De referir que em termos de regiões NUTS II, a RAM apresenta o 2.º valor mais elevado (0,342), depois do Algarve (3,030).