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ONU lança apelo por 1,12 mil milhões de euros para ajudar palestinianos

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Foto AFP

As Nações Unidas lançaram hoje um apelo humanitário de 1,2 mil milhões de dólares (1,12 mil milhões de euros) para ajudar 2,7 milhões de palestinianos, anunciou hoje o secretário-geral da ONU, António Guterres.

O apelo abrange não só toda a população da Faixa de Gaza, como meio milhão de palestinianos na Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental.

Num pronunciamento à imprensa, Guterres informou que o apelo é promovido pela ONU e pelos seus parceiros.

António Guterres salientou que alguma ajuda vital está a chegar a Gaza através da passagem de Rafah, mas que não é suficiente para satisfazer "o oceano de necessidades" do povo palestiniano.

"Sejamos claros: a passagem de Rafah por si só não tem capacidade para processar camiões de ajuda humanitária na escala necessária", disse, observando que o combustível continua impedido de entrar em Gaza, situação que afeta não só os recém-nascidos em incubadoras e os pacientes que dependem de suporte vital, mas que impede também a água de ser bombeada ou purificada.

Pouco mais de 400 camiões atravessaram Gaza nas últimas duas semanas, em comparação com os 500 que entravam diariamente no enclave antes do conflito. 

Posteriormente, o porta-voz de Guterres, Stéphane Dujarric, explicou que o valor do apelo hoje lançado foi calculado tendo em conta as necessidades de todas as agências da ONU que trabalham com o povo palestiniano, e especificou que apesar das atuais dificuldades de acesso a Gaza, a ideia é ter um fundo pronto para quando as condições de acesso melhorarem.

Durante o seu discurso, Guterres assegurou que na guerra de Gaza "estamos a testemunhar violações claras do direito humanitário internacional", quer por parte de Israel, quer por parte do Hamas.

"O caminho a seguir é claro: um cessar-fogo humanitário. Agora", afirmou.

O ex-primeiro-ministro português fez uma série de exigências tanto às autoridades israelitas, quanto ao movimento islamita Hamas, como a libertação de reféns ou o envio de mais ajuda humanitária, e disse que nenhum destes objetivos pode estar condicionado à solução dos restantes.

"Temos de agir agora para encontrar uma saída deste brutal, terrível e agonizante beco sem saída de destruição. Para ajudar a acabar com a dor e o sofrimento. E para ajudar a preparar o caminho para a paz, para uma solução de dois Estados, com israelitas e palestinianos a viverem em paz e segurança", concluiu Guterres.

O grupo islamita Hamas lançou em 07 de outubro um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados, fazendo duas centenas de reféns.

Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, movimento que controla a Faixa de Gaza desde 2007 e que é classificado como terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, bombardeando várias infraestruturas do grupo na Faixa de Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.

O conflito já provocou milhares de mortos e feridos, entre militares e civis, nos dois territórios.