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Explicador Desporto

Meio mandato com descida histórica e muita contestação

Em 33 anos, o Marítimo teve apenas dois presidentes: Rui Fontes (1988 a 1997) e Carlos Pereira (1997 a 2021).

Ambos se confrontaram nas últimas eleições. Em 24 anos à frente do clube, Carlos Pereira teve, pela primeira vez, oposição nas eleições. E perdeu.

Rui Fontes foi eleito para um mandato até 2025, mas a ‘meio caminho’ já foram convocadas eleições antecipadas. Apenas dois anos depois, o Marítimo vai ter o segundo presidente.

Vejamos os principais marcos, desde Outubro de 2021 a Outubro de 2023, que originaram este cenário, com lágrimas, demissões, planos estratégicos e propostas de investimento pelo meio.

Nesse espaço temporal, o Marítimo teve seis treinadores, cinco foram contratados por Rui Fontes.

Treinadores

2023/24 - Tulipa

2022/23 - Vasco Seabra, João Henriques e José Gomes

2021/22 - Julio Velázquez e Vasco Seabra

Júlio Velázquez deixa Marítimo e fala em "adversidades" em dia de despedida

O treinador Júlio Velázquez despediu-se hoje do plantel do Marítimo, que milita na I liga de futebol, tendo afirmado que "as adversidades não permitiram ter a continuidade" desejada.

Do descontentamento na SAD ao ‘capítulo negro’

João Luís, ex-jogador e treinador verde-rubro, foi apresentado como ‘bandeira’ durante a campanha de Rui Fontes e em Dezembro de 2021 tomou posse como presidente da SAD verde-rubra.

Menos de um ano depois, o líder maritimista começava a manifestar o seu descontentamento com o rumo da SAD que geria o futebol profissional. Em Setembro, João Luís demitiu-se e no mês seguinte Rui Fontes tomou posse como presidente da SAD, acumulando com a presidência do clube.

No último mês do ano, chegou o treinador José Gomes para ‘salvar’ o Marítimo da descida. Não conseguiu.

11 Junho de 2023 é a data que marca um capítulo negro da história do clube. O Marítimo perdeu play-off com Estrela da Amadora e desceu à II Liga, após 38 anos consecutivos no principal escalão do futebol português.

Marítimo é derrotado nos penáltis pelo Estrela da Amadora e é despromovido à II Liga

Na partida mais importante da história recente da colectividade verde-rubra, o Marítimo não conseguiu cumprir o seu objectivo de levar a melhor sobre o Estrela da Amadora, no segundo e decisivo jogo do play-off, e foi despromovido à II Liga, ao fim de 38 anos entre os grandes do futebol português.

Lágrimas, planos e demissões

A despromoção histórica gerou muita contestação ao presidente verde-rubro. Rui Fontes reagiu com lágrimas e pediu desculpa, assumindo as responsabilidades.

Uma semana depois, foi apresentado aos sócios o Plano Estratégico para o futuro imediato do Marítimo, com o objectivo de atrair investidores para a SAD. O ambiente aqueceu no pavilhão do clube. O presidente foi alvo de fortes críticas após a sessão de esclarecimento, mas no final do mês os sócios deram luz verde à direcção para negociar com investidores para entrada na SAD. Rui Fontes assumiu que a compra nunca poderia ser superior a 40 por cento da SAD.

A proposta do ex-jogador Alex Bunbury acabou por ser conhecida publicamente, apresentada pelo próprio, e discutida pela direcção do clube, que entretanto iria dar a conhecer as negociações aos sócios.

Direcção do Marítimo esclarece proposta de Alex para alienação da SAD

A direcção do Marítimo emitiu hoje um comunicado, na sua página oficial, onde esclarece a questão das propostas apresentadas para alienação de parte do capital da SAD do clube, nomeadamente por parte do ex-atleta Alex Bunbury.

Mas aumentava a contestação ao presidente. Depois do Movimento 'Salvar Marítimo', que apareceu em 2022, surgiu este ano um Grupo de 50 sócios do Marítimo a requerer uma Assembleia Geral Extraordinária para votar destituição da direcção. Veio a ser marcada para 31 de Outubro.

Contudo, a demissão de quatro elementos da direcção precipitaram a obrigatoriedade de novas eleições no clube.

Rui Fontes já garantiu que não se vai recandidatar.

Rui Fontes não será candidato à presidência da direcção do Marítimo

Estão desfeitas todas as dúvidas. Rui Fontes não vai recandidatar-se à presidência da direcção do CS Marítimo, cujo acto eleitoral está marcado para 17 de Novembro.

O acto eleitoral antecipado foi agendado para 17 de Novembro e hoje já foram entregues as listas que vão a votos.

Regras para as listas

- Listas com um mínimo de 50 sócios efectivos com mais de dois anos de filiação associativa, com indicação dos cargos a que se candidatam:

Mesa da Assembleia Geral: 1 presidente, 1 vice-presidente, 1 secretário efectivo, 1 secretário suplente.

Direcção: Um presidente, 3 vice-presidentes, 1 vogal efectivo, 1 vogal suplente.

Conselho fiscal: 1 presidente, 1 vice-presidente, 1 secretário, 2 vogais suplentes.

- Sócios não se podem candidatar a mais de um cargo dos órgãos sociais do clube, nem subscrever mais de uma candidatura, sendo-lhe vedado propor aquela a que pertença.

- Os cargos dos órgãos sociais do Marítimo são desempenhados por sócios efectivos que, no final do ano que precede o da respectiva eleição, perfaçam pelo menos dois anos de filiação associativa ininterrupta nessa categoria, gozem de todos os seus direitos estatuários e não sejam trabalhadores do clube.

Eleições

- Eleição realiza-se por escrutínio secreto, no Estádio do Marítimo, entre as 9 e as 21 horas.

- Após o fecho das urnas realizam-se as operações de apuramento do resultado da votação e será declarada a lista eleitoral vencedora.

- Podem votar os sócios efectivos com as quotas regularizadas.