Venezuela pede à ONU que crie um tribunal internacional para julgar crimes de guerra
A Venezuela pediu hoje à ONU que crie de imediato um tribunal internacional para julgar o Estado de Israel por crimes de guerra em Gaza.
"A Venezuela apela aos órgãos do Sistema das Nações Unidas para que condene o Estado de Israel, para o que exige a imediata criação de um Tribunal Internacional para julgar os crimes de guerra e as ameaças que, sem nenhuma vergonha, são lançadas pelo grupo de criminosos que governa esse Estado", afirma o Governo de Nicolás Maduro, num comunicado divulgado hoje.
No documento, divulgado pelo Ministério de Relações Exteriores da Venezuela, Caracas "expressa o seu repúblico e choque" perante declarações recentes "de um ministro do Estado de Israel, que ameaçou toda a humanidade, ao anunciar a possibilidade de recorrer a um ataque nuclear contra a população indefesa da Faixa de Gaza, no meio de um genocídio em marcha contra o povo palestiniano".
Segundo Caracas, "as declarações do ministro israelita constituem uma grave transgressão de todos os acordos internacionais e uma demonstração de que o Estado de Israel degenerou numa ameaça à vida no planeta".
"A comunidade internacional deve reagir imediatamente e pôr termo a estas ações de extermínio, contrárias a todas as leis e normas mundiais", sublinha.
Segundo o diário The Times of Israel, Amichai Eliyahu, ministro do Património de Israel, do partido Poder Judeu admitiu recentemente, numa entrevista à Rádio Kol Berama (israelita), que o lançamento de uma bomba atómica contra Gaza era "uma das possibilidades" que tinha Israel.
No entanto, segundo a imprensa venezuelana, tal declaração levou o primeiro-ministro de Israel, a "desautorizar imediatamente" o ministro do Património de Israel.
O grupo islamita Hamas lançou em 07 de outubro um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados, fazendo duas centenas de reféns.
Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, movimento que controla a Faixa de Gaza desde 2007 e que é classificado como terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, bombardeando várias infraestruturas do grupo na Faixa de Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.
O conflito já provocou milhares de mortos e feridos, entre militares e civis, nos dois territórios.