"A saída de Tulipa já está escrita e a partir das eleições vai ter que sair"
Adepto maritimista que esteve no Estádio Dr. Magalhães Pessoa, em Leiria, não evita estabelecer comparações com o comportamento totalmente oposto, por exemplo, àquele que foi adoptado pelo técnico da temporada passada, neste caso José Gomes
Foi necessária a intervenção da Polícia de Segurança Pública (PSP) para evitar que treinador e adeptos do Marítimo chegassem a vias de facto em Leiria num episódio que já é notícia em vários órgãos de comunicação social a nível nacional.
No final do jogo que ditou, ontem, a primeira derrota fora de portas dos verde-rubros nesta campanha da II Liga, cerca de dez adeptos maritimistas manifestaram a sua insatisfação, o técnico não gostou e os ânimos exaltaram-se. Pedro Camacho, um dos adeptos que se encontrava no local, contou tudo à TSF-Madeira.
O Tulipa, num primeiro momento, ignorou, entrou no autocarro e decidiu apenas deixar os seus pertences e então veio ao nosso encontro de uma forma, enfim, um pouco agressiva, mandar as pessoas calarem e depois ainda acrescentando qualquer coisa do género 'se não tivesse aqui a polícia, ias ver', isto para um dos nossos adeptos, e enquanto a polícia de facto, foi o que dá para ver no vídeo, ainda se vê a polícia tentar separar e encaminhar o Tulipa novamente para dentro, entretanto os jogadores também fizeram o mesmo, mas pronto, não estávamos à espera de uma reacção de confronto da parte do Tulipa. Pedro Camacho
O adepto maritimista que não evita estabelecer comparações com o comportamento totalmente oposto, por exemplo, ao treinador da temporada passada, neste caso José Gomes.
"Eu recordo que aconteceu o mesmo com o José Gomes no ano passado, pelo menos numa ou duas situações, e o José Gomes podia ter os seus defeitos como treinador - e tinha vários -, mas em termos de diálogo com os adeptos, sempre teve jogo de cintura para vir lá connosco, embora, várias vezes nós discordávamos dele, mas conseguíamos conversar. Ele conseguia deixar passar aquele momento mais reactivo e ter capacidade de diálogo", recorda um dos principais rostos do apoio ao clube insular em Portugal continental.
Eu recordo que esta insatisfação dos adeptos vem já desde a semana passada, onde ainda por cima as declarações não foram felizes, onde também não se retratou, e agora voltamos a encontrar um ponto de conflito. Não é este papel treinador, tudo bem, é homem como qualquer um de nós, não gosta de alguns insultos, infelizmente faz parte do futebol, e acho que depois já devia ter, até pelo seu passado como jogador, mais do que jogo de cintura suficiente para saber lidar e contornar. Pedro Camacho
Treinador do Marítimo não fica calado após adeptos manifestarem insatisfação
Situação está relacionada com mais uma derrota do clube, desta vez frente à União de Leiria
Para Pedro Camacho não haverá grandes dúvidas: Tulipa está a prazo e, mais do que por um fio, está 'preso' graças a um acto eleitoral.
A saída de Tulipa já está escrita. Só não está lavrada em acta e isso só não acontece porque o timing em termos de direcção, como todos sabemos, vamos ter eleições, certamente que a direcção actual não vai querer tomar esse papel, até porque vai deixar depois um grande ponto de interrogação para quem vem a seguir, será que concorda com o novo treinador ou não, portanto, ele estará a prazo e a partir das eleições vai ter que sair, não há condições neste momento, nem pelas opções táticas. Acho que não há muita gente contente em que se identifique com este futebol, ainda para mais neste confronto com os adeptos, que sai completamente fora da esfera daquilo que é normal e desejável. Pedro Camacho
O Marítimo que vai a eleições no dia 17 de Novembro. Hoje é a data-limite para a entrega das listas candidatas.