As guerras dos nossos dias
O mundo está em completo desassossego com as guerras dos nossos dias. E não é para menos, os efeitos nefastos dos confrontos chegam praticamente a todo o lado e se não pagamos com as nossas vidas, arcamos com toda uma série de problemas delas advindas.
Após a bárbara invasão da Rússia à Ucrânia, surge agora o conflito em Israel desencadeado por um grupo criminoso que dorme e acorda a pensar em destruir aquele País.
Não vale a pena perdermos tempo a narrar o que de triste está acontecendo, pois qualquer pessoa minimamente informada tem ouvido e tem visto o que se passa.
Na primeira guerra assistimos a algo tremendamente revoltante, ao vermos um País que estava sossegado no seu cantinho e de um momento para outro vê-se invadido a mando de um lunático, inconsciente e desumano, destruindo bens, matando adultos e crianças, separando e enlutando famílias, espalhando terror e miséria em todo um povo.
E é aqui que queremos chegar. Onde estão as megas manifestações contra este agressor? Porque não matou (ainda) tanta gente quanto em Gaza? Porque não fez tanta destruição?
Pois não fez, por duas razões: A primeira, porque ninguém entrou na Rússia a matar, a degolar, a destruir, a usurpar, a violar e a cometer todos os crimes de que foi vítima o povo de Israel no passado dia 7 de Outubro. A segunda razão, porque quase todo o mundo solidarizou-se com a Ucrânia e prontificou-se a ajuda-la a repelir o agressor.
Se os ucranianos tivessem respondido da mesma forma – como eles certamente pretendiam - provavelmente hoje já não existia pedra sobre pedra no território ucraniano.
Mas para estes amantes da paz, estes “manifestantes contra a dor” o sofrimento dos ucranianos é diferente do sofrimento dos palestinianos.
E mais dizemos, nestas manifestações a favor dos palestinianos, só vimos ataques e condenações a Israel, mas nem uma palavra, nem um cartaz a condenar os crimes hediondos perpetrados pela associação criminosa do HAMAS que deu origem ao conflito.
Por aqui já se verifica o cunho miseravelmente político que por detrás disto está, se bem que, acreditamos que nas manifestações participassem também pessoas sérias, algumas manipuladas, outras, cujo sentimento seria ver o fim da guerra e do sofrimento de inocentes.
Mas o fim da guerra não está só nas mãos de Israel e não sabemos, inclusive, se a guerra lhes convém. O que sabemos – e toda a gente sabe – é que a luta dos israelitas não é bem contra os palestinianos, mas contra extremistas sanguinários, cujo desejo é exclusivamente acabar com o Estado de Israel.
E neste particular o povo judaico não tem alternativas: Ou acaba com os agressores ou os agressores acabam com eles.
Quanto às ocupações feitas por Israel talvez uma pequena comparação possa explicar.
Digamos que construímos uma casa no meio de uma floresta compacta, agressiva e com uma área muito superior. O melhor que temos a fazer é desbastá-la em redor da habitação para em caso de incêndio, de fogo, termos mais possibilidades da nossa casa não arder.
Israel está no meio dessa” floresta” e as ameaças de se incendiar são notórias e contínuas.
Para concluir, acrescentamos que ao longo de décadas houve várias tentativas para resolver este conflito, entre elas a criação de dois Estados com largos benefícios para os árabes e todas elas rejeitadas pelos seus líderes, incluindo o senhor Arafat.
Datas, locais e pormenores das negociações, só não referimos por este texto já ser longo.
Juvenal Pereira