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Jardim devia promover uma vaia a Rui Fontes

Só mais uma coisa: se encontrares o Acácio Pestana não lhe contes nada

Quando comecei a trabalhar na imprensa escrita em 1992, foi na secção de desporto desta casa, ainda na Rua da Alfândega. Logo atrás das três secretárias que existiam para os jornalistas e colaboradores de todas as modalidades, que gravavam os textos em disquetes, ficava o gabinete do Luís Calisto. O homem que hoje deve andar lá em cima para cá e para lá de cigarro na boca e cabelo despenteado a tentar perceber o que é que aconteceu por estes lados. E eu quero contar-lhe as novidades.

“Caro Calistre, como te chamavam quando “inflitravas-te” com a bola, isto vai de mal a pior. Imagina tu que o teu Marítimo foi bater à II Liga. Não me perguntes porquê, mas acho que foi praga do Alberto João por causa do regresso do Fontes. Não foi desse, o do trim-trim, foi do irmão. Aquele que o ex-presidente do Governo Regional convidou a abandonar o teu clube quando lhe acenaram com lenços brancos e vociferaram umas coisas que não posso escrever aqui. Aquela vaia de 25 de Maio de 1997 ficou marcada como uma cicatriz que o teu amigo da Quinta Vigia não esqueceu. Em menos de dois anos, o homem que de repente parece ter saído do exílio onde esteve no Porto Santo, “escaqueirou” isto tudo. Vê lá tu que até conseguiu que os que foram eleitos com ele se demarcassem publicamente das atitudes que tomou! Se estiveres atento, ainda consegues ouvir as gargalhadas no alto do Quebra Costas.

Sei que ouves bem, porque quando falavam da outra ponta da redação tu respondias do teu gabinete, a mais de dez metros e com barulho dos teclados e das conversas pelo meio. Por acaso ouviste alguma coisa do União? É bom que tenhas ouvido, porque eu não te consigo contar tanta peripécia. Já houve dois ou três clubes recentes com o mesmo nome, mas esta semana o União da Bola recuperou o espólio do clube, para alegria dos seus 49 adeptos. Pode ser que agora apareçam mais sócios.

Voltando ao teu clube, teve o desplante de desmentir o Alberto João, imagina tu. Coisa do ano passado, quando o Marítimo já tinha posto o rabo no carrinho de cesto e começava a descida vertiginosa em direção ao pântano. O coitado do homem viveu na paz durante o mandato do Carlos Pereira e agora parece que a novela segue depois do intervalo. Diz-se que o João Luís só foi presidente da SAD porque o Fontes não podia ter nada em seu nome, mas claro que não acredito nisso. Ele é de boas famílias. Presidente do Marítimo, um irmão presidente do Clube de Turismo, que à beira-mar e outro do Clube Naval, também à beira-mar. Aquilo não havia de meter água?

Só mais uma coisa: se encontrares o Acácio Pestana não lhe contes nada, ele não ia aguentar. Diz-lhe só que o Nacional está eufórico com o regresso dos derbies frente ao eterno rival.