Hamas denuncia "bombardeamentos intensos" perto de hospitais em Gaza
O grupo islamita Hamas afirmou que o exército israelita estava a realizar "bombardeamentos intensos" ao início da noite, perto de vários hospitais no norte da Faixa de Gaza, onde a internet e comunicações telefónicas foram cortadas pouco antes.
"Há mais de uma hora, bombardeamentos intensos têm ocorrido em torno de hospitais", disse o serviço de imprensa do governo do Hamas.
Os bombardeamentos ocorreram principalmente perto do hospital al-Shifa, o maior da Faixa de Gaza, segundo a mesma fonte.
Os ataques verificaram-se pouco depois de os militares israelitas terem acusado mais uma vez o Hamas de utilizar hospitais no conflito.
O exército israelita divulgou hoje imagens que alegadamente mostram membros do Hamas a disparar de um hospital em Gaza e expondo a existência de um local de lançamento de mísseis a 75 metros de um hospital sob o qual estão túneis do Hamas.
O Hamas negou categoricamente as acusações, afirmando que Israel procura um pretexto para atacar hospitais.
O governo do Hamas disse hoje estar pronto para receber "uma comissão internacional de inquérito" para inspecionar os hospitais e garantir que não são utilizados para fins militares pelo movimento.
As linhas telefónicas e de Internet na Faixa de Gaza foram cortadas hoje por Israel, pela terceira vez desde o início da guerra, em 07 de outubro, anunciou a operadora palestiniana Paltel.
Pouco depois do apagão, o exército israelita lançou intensos bombardeamentos na cidade de Gaza e noutras áreas no norte da Faixa de Gaza. As explosões foram tão intensas que puderam ser ouvidas em Rafah, no extremo sul do território palestiniano, segundo um jornalista da France-Presse (AFP) no local.
Considerado terrorista pela UE, Estados Unidos e Israel, o grupo islamita palestiniano Hamas efetuou em 07 de outubro um ataque de dimensões sem precedentes em território israelita, fazendo mais de 1.400 mortos, na maioria civis, e mais de 200 reféns, que mantém em cativeiro na Faixa de Gaza.
Iniciou-se então uma forte retaliação de Israel àquele enclave palestiniano pobre, desde 2007 controlado pelo Hamas, com cortes do abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre que completou na quinta-feira o cerco à cidade de Gaza.
De acordo com o mais recente relatório do Hamas, divulgado hoje, 9.770 pessoas, incluindo 4.800 crianças e 2.550 mulheres, foram mortas na Faixa de Gaza desde 7 de outubro, em bombardeamentos de retaliação perpetrados por Israel.