Bloco desafia Marcelo a defender imediato cessar-fogo e estar ao lado de Guterres
O BE considerou hoje que o Presidente da República tem de optar se está ao lado do secretário-geral das Nações Unidas em defesa do cessar-fogo no conflito entre Israel e Hamas ou ao lado da "hipocrisia internacional".
Esta advertência a Marcelo Rebelo de Sousa foi transmitida pela coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, em declarações aos jornalistas, no final de uma visita ao Mercado de Benfica.
Na sexta-feira, durante uma visita ao Bazar Diplomático, no Centro de Congressos de Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa disse ao chefe da missão diplomática da Palestina em Portugal que alguns palestinianos "não deviam ter começado" esta guerra com Israel e aconselhou-os a serem moderados e pacíficos.
Quando Nabil Abuznaid invocou "a ocupação de 56 anos", o chefe de Estado respondeu: "Eu sei, mas não deviam ter começado".
Perante os jornalistas, Mariana Mortágua insistiu nas críticas que já fizera na véspera ao chefe de Estado e afirmou que está em curso por parte do Governo de Israel uma "política de genocídio do povo palestiniano", com a morte de "milhares de civis, crianças, funcionários das Nações Unidas e jornalistas".
"Assistimos a ataques a hospitais e a campos de refugiados. Face a esta flagrante violação do Direito Internacional só há duas posições possíveis: A posição de secretário-geral da ONU, António Guterres, de denunciar os crimes, a violação do Direito Internacional e de apelar a um cessar-fogo que salve vidas; ou a posição da hipocrisia internacional, que finge que aquilo que está a acontecer em Gaza é um direito de defesa de Israel", apontou.
Mariana Mortágua sustentou depois que Marcelo Rebelo de Sousa, como Presidente da República, "deveria ter estado ao lado da primeira posição".
"Só tem um papel a fazer: Defender o cessar-fogo. É assim que se representa Portugal. É assim que se representa Portugal nas instâncias internacionais, estando ao lado de António Guterres e falando a uma só voz. A urgência e o dever dos representantes da democracia portuguesa deve ser o de apelar a um cessar-fogo que salve vidas. É isso que nós esperamos do Presidente da República", acrescentou.