Diagnosticados em média 22 casos de tumor da tiróide, por ano, na Região
SESARAM promoveu formação sobre ‘Questões Multidisciplinares do Tumor da Tiróide’
Na Região, são diagnosticados em média 22 casos de tumor da tiróide, por ano. Trata-se assim de uma doença que atinge maioritariamente mulheres e que, na maior parte das situações, apresenta um prognóstico positivo e uma longa sobrevida.
Neste sentido, o Serviço de Saúde da Região (SESARAM), através do Serviço de Oncologia realizou hoje, dia 30 de Novembro, na Sala de Conferências do Hospital Dr. Nélio Mendonça, uma acção multidisciplinar sobre o Tumor da Tiróide.
A directora do Serviço de Oncologia do SESARAM, Ana Paula Vieira, destacou a “partilha de conhecimento sobre o diagnóstico, estadiamento e tratamento do tumor da tiróide”, numa abordagem multidisciplinar.
Em qualquer doente com tumor, seja da tiróide ou de outra origem, o tratamento tem de ser multidisciplinar. Precisamos da opinião de toda a gente porque os tratamentos também são multidisciplinares. Um doente pode fazer quimio e radioterapia ao mesmo tempo, ainda pode fazer, no caso da tiróide, iodo radioactivo. Há vários tratamentos que podem ser feitos, então temos de ter sempre equipas multidisciplinares para decidir o melhor para o doente Ana Paula Vieira, directora do Serviço de Oncologia do SESARAM
Nesse sentido, esta reunião teve por propósito “fomentar o tratamento multidisciplinar e melhorar as relações entre as especialidades”, assim como com o centro de referência, o IPO de Lisboa, tendo contado com a participação do endocrinologista Valeriano Leite, daquele Instituto, que abordou os resultados positivos com os novos tratamentos para os casos mais agressivos da doença e que não eram possíveis de ser resolvidos através da cirurgia e do recurso ao iodo radiocativo.
“Até há alguns anos não havia fármacos disponíveis para essas situações e a única coisa que poderíamos oferecer aos doentes era o tratamento paliativo. Hoje em dia, estes fármacos, os inibidores da Tirosina Kinase ou terapia alvo, foram desenvolvidos fruto do conhecimento das alterações moleculares que estão presentes nestes tumores e permitiram às indústrias farmacêuticas desenvolver fármacos que atuam nessas alterações específicas que os tumores têm", afirmou.
Trata-se, de acordo com o especialista, de um tratamento personalizado e em que, nalguns casos, assiste-se a situações de cura completa de tumores que eram completamente irressecáveis e com prognóstico muito negativo.
A acção foi organizada pelo Centro de Formação do SESARAM e contou com a presença do Secretário Regional de Saúde e Protecção Civil, Pedro Ramos, do Presidente do Conselho de Administração do SESARAM, Herberto Jesus, e do Presidente do Conselho Directivo do IASAÚDE (Instituto de Administração da Saúde), Bruno Freitas.