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Comunidades País

9% de aumento mínimo garantido a trabalhadores ao serviço do Estado no estrangeiro

O aumento salarial abrange cerca de 1.500 trabalhadores em 79 países

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O secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Francisco André, e a secretária-geral do Sindicato dos Trabalhadores Consulares, das Missões Diplomáticas e dos Serviços Centrais do Ministério dos Negócios Estrangeiros (STCDE), Rosa Ribeiro, além do secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Paulo Cafôfo, reuniram-se para fazer o balanço final do processo negocial com o Governo para a criação de condições salariais dignas.

Em declarações ao DIÁRIO, a secretária-geral do STCDE contou que “foi muito importante concluir este processo” para que seja possível criar condições aos trabalhadores dos centros culturais do Camões, “que desde 2009 estavam à espera de terem tabelas fixadas” e aos trabalhadores dos postos consulares que, desde 2013, “tiveram apenas dois aumentos, um de 0,5% e um de 0,9%”.

A criação de condições para viver com decência e dignidade e a atratividade da carreira que permita qualquer um ingressar e estar ao serviço do Estado português no estrangeiro foram dois dos motivos apontados por Rosa Ribeiro.

“O aumento mínimo que foi garantido é de 9%, o que nos parece uma boa base e uma revalorização importante em países onde os salários estavam inferiores a 50% do suposto”, aponta.

Este aumento engloba todos os países onde há consulados, embaixadas e organismos internacionais com funcionários portugueses, como a ONU, a OCDE e a Unesco. Reitera ainda que “todos os postos do Ministério dos Negócios Estrangeiros, fora de Portugal, e dos centros culturais do Camões foram abrangidos por esta medida”. No total, são cerca de 1.500 trabalhadores em 79 países.

Rosa Ribeiro acredita também que esta medida vai permitir que os novos colaboradores queiram fazer carreira na área e que, os mais antigos, “não tenham o sentimento que estão bloqueados e que não há motivação para o dia de amanhã”.

“Se as pessoas tiverem dificuldades em satisfazer as suas necessidades básicas, como uma casa decente, a saúde, a alimentação e a educação dos filhos, porventura, vai ser uma preocupação que vão levar para o local de trabalho”, destaca.

A sindicalista admite ser “algo muito importante”, visto que “é o reconhecimento que estão ao serviço do Estado português, de uma comunidade e que a sua carreira é valorizada”.

“Os actuais colaboradores vão ganhar uma motivação e um ânimo completamente diferente, como os trabalhadores que acedam agora a estes postos de trabalho tenham a intenção de fazer carreira”, conclui.

Este texto foi elaborado pela estagiária Bruna Jardim, sob a supervisão do editor-executivo João Filipe Pestana