"Temos que crescer em salários"
Nuno Fazenda confirma "melhor ano de sempre" no Turismo em Portugal, mas deixa recomendações
"Temos que crescer em salários" num sector que nos últimos anos, com excepção do tempo pandémico, tem crescido na ordem dos dois dígitos, mas em que "30% dos salários estão abaixo da média da economia" nacional.
Um apelo deixado pelo Secretário de Estado do Turismo, Nuno Fazenda, na sessão de abertura do 48.º congresso Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT), que começou esta tarde no Porto, durante a qual confirmou que 2023 será o melhor ano de sempre no Turismo, aproveitando para agradecer os actores públicos e privados que decidiram "fazer" e bem, em tempos de incerteza.
Nuno Fazenda garantiu que muito foi feito no seu curto mandato, embora peça maior atenção à coesão territorial, às pessoas e às empresas num universo que tende a artificializar-se mas que exige equilíbrios. Afinal, o que conta no Turismo "é o autêntico e o genuíno".
APAVT sublinha também um ano de alguns recordes
O presidente da APAVT, Pedro Costa Ferreira, já havia feito referência a uma ano de alguns recordes, ao afirmar que 2023 "não foi o ano da total regeneração," mas um ano de recuperação e da sua reconfirmação.
De recuperação porque as agências de viagens tiveram este ano, de um modo geral, uma boa demonstração de resultados, nalguns casos, a melhor de sempre. De reconfirmação, porque foi também um ano em que o sector das agências de viagens se revelou altamente competitivo, batendo recordes de emissão de passagens aéreas regulares, aumentando a influência na operação de lazer dos portugueses, com novos destinos e mais operações charter, aumentando a capacidade de trazer eventos e turistas para todos os cantos do nosso país" Pedro Costa Ferreira, presidente da APAVT
Pedro Costa Ferreira lembrou que da mais difícil página da história recente, a crise pandémica, reergueu-se um setor, "cuja importância para o consumidor aumentou durante os anos do medo".
Uma situação que, na opinião do presidente da APAVT acontece porque, mesmo existindo cada vez mais empresas a atraírem e a falarem de forma direta ao cliente, "são os agentes de viagens" que estão junto destes de forma permanente: "que os atendem às três da manhã quando todos os outros falham, que os reembolsam quando toda a cadeia de valor fica a dever, que num mundo cada vez mais incerto, estão mais próximos e disponíveis, a cada surpresa e contrariedade".
"Sim, 2023 foi um ano de recuperação e de reconfirmação, para as agências de viagens, que se reergueram", sublinhou perante uma plateia com mais de 770 congressistas do sector.