Presidente da APAVT pede "solução política viável” nas próximas eleições
Pedro Costa Ferreira lamenta "mais uma crise política"
Antevisão de 2024 carregada de "nuvens negras"
O presidente da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT), Pedro Costa Ferreira, lamentou esta tarde “mais uma crise que os políticos portugueses criaram”, esperando que “todos os políticos sejam responsáveis como alguns não têm sido, criando assim condições para que se saia das próximas eleições, com uma solução política viável”.
No discurso de abertura do 48.º Congresso da APAVT, que se realiza no Porto, o líder da APAVT quis partilhar o que lhe vai na alma, ilibando os políticos aos quais os seus comentários não se adequam, “como são exemplo tantos amigos que convidámos para assistir e participar connosco neste congresso, ajudando-nos a pensar”. Uma precisão, pois, julga que “infelizmente, a turba mediática está a esconder cada vez com maior eficácia quem é responsável e preparado, juntando, injustamente, todos na mesma toca da mediocridade e da mesquinhez”.
A verdade é que, quando a inflação perdura, quando a guerra continua e se alarga pelo Mundo, quando as cicatrizes da pandemia ainda estão abertas, e quando a economia, com excepção do turismo, se mantém anémica, a última coisa de que precisávamos era de mais uma crise política. O que os cidadãos, os empresários e os trabalhadores esperam, é que todos os políticos sejam responsáveis como alguns não têm sido, criando assim condições para que se saia das próximas eleições, com uma solução política viável, e com uma relação com a coisa pública que não envergonhe a classe política, mas, sobretudo, que não nos envergonhe a todos”. Pedro Costa Ferreira, presidente da APAVT
Pedro Costa Ferreira também manifestou “estupefação e revolta pelo estado da fiscalização no sector” onde a sua associação opera. Isto porque detecta "mais ilegais, que simplesmente actuam sem RNAVT, de forma absolutamente impune”. Na sua presidência, fez mais de 100 denúncias à ASAE, por prática de actividade de agência de viagens, sem RNAVT. Sobra-lhe a dúvida sobre o que acontecerá primeiro, “o regresso de D. Sebastião, ou a recepção da primeira resposta por parte da ASAE”.
2024 com "nuvens negras"
O líder da APAVT também perspectivou 2024, antevendo "uma realidade complexa". Em parte devido a "uma guerra que se alonga e que se alastra para outras partes do mundo", mas também por causa da "inflação que se mantém, apesar de menos dinâmica", e ainda das taxas de juro que continuam a crescer e a instabilidade política internacional, e agora também nacional.
Neste contexto, "ninguém se espantaria se o 2024 fosse um ano de desaceleração dos fantásticos números entretanto alcançados, o que não deixará de impactar o sector, que, trabalhando a ritmo superior a 2019, é certo, está também a amortizar as dívidas contraídas ao longo da crise pandémica", referiu.
É neste "cenário de recuperação e tantas incertezas e nuvens negras pela frente", que outros desafios se erguem. Casos do processo de implantação do NDC da TAP, que terá, naturalmente, um efeito muito significativo no mercado português; as questões da sustentabilidade que se manterão bem próximas do negócio; e o desafio da inteligência artificial, o tema do congresso, "tema que nos seduz todos os dias, pelas oportunidades de aumentar a competitividade, e que nos assusta todos os dias, pelos perigos de que os outros aumentem a sua capacidade de penetração no mercado"