Representante da República envia recado ao comandante da Força Aérea
Ireneu Barreto diz aguardar "com ansiedade" os investimentos que estão previstos para o Porto Santo
O representante da República para a Região Autónoma da Madeira, durante a cerimónia de Dia da Unidade de Aeródromo Manobra Aérea N. º3 (AM3), manifestou a sua "ansiedade" em relação aos investimentos prometidos pelo Estado ao Porto Santo, em matéria de defesa.
“Eu agradecia que significasse ao senhor Chefe de Estado-Maior da Força Aérea a ansiedade com que nós aguardamos os investimentos que estão previstos para o Porto Santo", afirmou Ireneu Barreto, salientando que "sem as forças armadas na Região, a qualidade da nossa Autonomia não seria a mesma".
"Quer no Porto Santo, quer noutros sítios, as nossas forças armadas prestam um serviço que nós só avaliamos quando precisamos. E esquecemos que eles estão todos os dias no terreno para responderem quando for necessário", lamentou o juiz conselheiro, reforçando que "uma unidade como aquela que nós temos assediada no Porto Santo é estrutural para a nossa vida".
"Eu presumo que os porto-santenses que aqui vivem, e mesmo os madeirenses, se não tivessem a possibilidade de contar com os vossos meios, não se sentiriam tão seguros como se sentem", vincou.
Neste sentido, louvou "todo o esforço que a Força Aérea tem feito para, não só manter as forças aéreas aqui na Região, mas também a perspectiva que têm de colocar aí mais meios", recordando os apoios preconizados.
Sobre o AM3
O AM3 foi activado em 25 de Novembro de 2009, tendo-lhe sido atribuído Estandarte Nacional a 2 de Fevereiro desse mesmo ano.
É composto pelo conjunto de infra-estruturas aeronáuticas erigidas no Porto Santo pela NATO, no âmbito de projectos designados por aquela Organização.
A génese do actual AM3 ocorreu em 1959, quando o, à altura, Allied Command Atlantic, estabeleceu os requisitos para as operações aéreas de patrulhamento marítimo na região Sul da área ibero-atlântica (“IBERLANT”) e elegeu o Arquipélago da Madeira, devido à sua localização como o local ideal para a construção de um aeródromo de apoio a este tipo de operações aéreas.
Em 1968 iniciaram-se um conjunto de trabalhos com vista ao prolongamento, reparação e recarga da pista existente, à respetiva iluminação e ao aumento da capacidade de fornecimento de energia eléctrica, construção do edifício do comando e administração, das áreas de combustíveis e respectivos oleodutos e também das infraestruturas de armazenamento de munições.
Na mesma época procedeu-se à instalação de Emissores e Recetores para apoio às comunicações com aeronaves, tendo-se concluído os diversos trabalhos em 1974.
Em Novembro de 1977 verifica-se o início do apoio ao Destacamento Aéreo da Madeira (DAM), o qual se veio a constituir de forma permanente, com o estacionamento no Aeroporto de Santa Catarina de um C-212 AVIOCAR, onde se manteve até finais de 1989, altura em que foi definitivamente transferida para Porto Santo. Em Dezembro de 1990, juntou-se-lhe um helicóptero SA-330 PUMA.
No início de 1982, procedeu-se, entre outros trabalhos, à ampliação da pista e à construção, na zona Norte desta infra-estrutura, de 10 placas de dispersão para estacionamento de aeronaves, constituindo-se assim a chamada área militar do Porto Santo.