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Rússia proíbe activismo LGBTI+ por extremismo

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Foto shutterstock

O Supremo Tribunal da Rússia proibiu hoje o ativismo LGBTI+ por extremismo, na medida mais drástica contra os defensores dos direitos de pessoas lésbicas, gays, bissexuais, transgénero e intersexuais no país.

O veredicto foi comunicado à imprensa por um juiz após uma audiência à porta fechada.

A proibição entra em vigor imediatamente, disse o juiz, segundo a agência francesa AFP.

A decisão abrange o " movimento internacional LGBTI+" e todas as suas filiais na Rússia.

Numa declaração apresentada ao tribunal no início de novembro, o Ministério da Justiça argumentou que as autoridades tinham identificado "sinais e manifestações de natureza extremista" por parte de um movimento LGBTI+ a operar na Rússia.

O Ministério Público referiu o "incitamento à discórdia social e religiosa", mas sem apresentar pormenores ou provas, segundo a agência norte-americana AP.

O tribunal declarou o movimento como extremista e proibiu-o na Rússia.

Vários ativistas dos direitos humanos chamaram a atenção para o facto de a ação judicial visar o "movimento cívico internacional LGBT", que não é uma entidade.

Trata-se de uma definição ampla e vaga que permite às autoridades russas reprimir quaisquer indivíduos ou grupos considerados como fazendo parte do "movimento", argumentaram.

A federação ILGA World tinha alertado na quarta-feira que as pessoas LGBTI+ (lésbicas, gays, bissexuais, transgénero, intersexuais) pudessem ser consideradas como extremistas na Rússia a partir de hoje.

A federação agrega 1.800 organizações de defesa dos direitos da comunidade LGBTI+.

A legislação russa foi alterada em 2022 para punir "propaganda de relações e/ou preferências sexuais não tradicionais ou mudança de sexo", estendendo as proibições existentes para menores a conteúdos distribuídos mesmo entre adultos, segundo a ILGA World.