Uma doença crónica!
Uma das maiores preocupações da nossa sociedade sempre foi e será a saúde. Não é por acaso que um ditado popular diz: não há dinheiro que pague a saúde. Quando perguntamos a alguém como está, obviamente que questionamos em primeiro lugar se estará principalmente bem de saúde. Razão pela qual é que deveria ser a prioridade das prioridades dos governantes, o grande problema em que se converteu no nosso país a questão da saúde. Mas quando falamos de saúde vem logo à baila a doença, afinal preocupa-nos a saúde ou o facto de ficarmos doentes? Daí que o Ministério que tutela essa importantíssima área, deveria designar-se de Ministério da Doença, pois para ser o da saúde, deveria preocupar-se sobre tudo em que a doença não existisse ou que fosse minimamente reduzida à mínima expressão. E por que então é da saúde. Ora vamos lá saber de quem foi a ideia! Mas tratemos o caso com o respectivo diagnóstico e a receita própria. No nosso país existiam até finais do ano passado 60.400 médicos de várias especialidades, há 30 anos atrás apenas existiam apenas pouco mais de 28.000. Quase 20 mil emigraram nos últimos 10 anos. Enfermeiros seriam à volta de 78.000, o que daria um rácio de quase 8 por habitante. Olhando para estes números e segundo notícias recentes, Portugal é dos países europeus (o 2.º) com maior número de profissionais de saúde em média por habitante; em 2021, 562 médicos por cada 100 mil habitantes. Agora eu pergunto: porque razão o SNS está cada vez mais grave, quase a colapsar e o caos está instalado? A medicina e a saúde andam de mãos dadas, mas a prevenção em Portugal tem muito pouco investimento, daí que dados da OCDE mostram que no nosso país ser o 4.º com menor número per capita em programas de prevenção na saúde. Continua-se a adiar o inadiável que seria o princípio dum bom programa para minimizar os custos e a saturação no SNS. O excesso de medicamentação aos utentes é outros dos assuntos que se tornou no calcanhar de Aquiles para um melhor aproveitamento orçamental em programas de prevenção ou apoio aos doentes. Os beneficiários da segurança Social de ADSE ou de seguros de saúde teriam muito mais proveito se as verbas muitas delas desperdiçadas, fossem canalizadas e utilizadas na prevenção de doenças, dados que as novas tecnologias ajudariam e de que maneira a um processo muito mais eficaz e proveitoso. A saturação dos serviços também agravada pelo excesso de imigração que à partida dependem na totalidade do SNS sem que para isso tenham contribuído. Chega a hora de ter coragem suficiente para pôr à prova um processo revolucionário para que o colapso do SNS não se converta no panorama (negro) a que o país actualmente apresenta, uma autêntica doença crónica pondo em causa a saúde e o bem estar da maioria dos portugueses. Se na nossa região perspectiva-se um hospital de dimensões consideráveis, esperemos que o futuro nos reserve um serviço com tamanha dimensão, não venhamos a colocar uma prótese numa doença que poderia ser resolvida se não deixarmos que os doentes atinjam um grau de gravidade para o eleito. A todos votos de boa saúde.
A. J. Ferreira