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Insularidade "não limita" a forma de agir na Rádio e Televisão

A cimeira atlântica ‘Mesclarte’23’, subordinada ao tema ‘Mesclar gente que faz acontecer’, debate a indústrias criativas

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Fotos Miguel Espada/ASPRESS

Após diversos workshops na parte da manhã e uma visita guiada pela Fortaleza de São Tiago, a cimeira atlântica ‘Mesclarte’23’, que nesta edição está subordinada ao tema ‘Mesclar gente que faz acontecer’, prossegue com uma tarde recheada com vários painéis que vão debater as indústrias criativas na Região.

No painel inicial, dedicado aos ‘Media, Conteúdos Editoriais, Rádio e TV’, que contou com a moderação de Ricardo Miguel Oliveira, director-geral e de conteúdos do DIÁRIO e da TSF-Madeira, participaram Lícinia Macedo e Catarina Fernandes, apresentadoras de programas de entretenimento da RTP-Madeira, Miguel Guarda, director da rádio JM-FM, Cinha Morna, produtora da RTP-Madeira e Sónia Silva Franco, jornalista e fundadora da editora Arteleia.

Com o auditório repleto, a ocasião serviu, entre vários temas, para reflectir sobre como a insularidade pode influenciar, mas não limitar, a produção de conteúdos mediáticos e culturais. Nesse âmbito, todo o painel concordou e realçou a importância de explorar, assimilar e adaptar experiências externas para enriquecer a realidade insular.

"Somos um povo que se expandiu por todos os continentes e, por essas viagens, trouxemos novos mundos para a ilha", frisou Sónia Silva Franco.

O madeirense tem audácia, desenrasca-se, procura e tenta sempre encontrar resposta e solução ao problema. O madeirense é gente que faz acontecer. Isso traz-nos capacidade de inovar e imaginar. Sónia Silva Franco

Por sua vez, Licínia Macedo, que percorreu os vários continentes nos seus diversos trabalhos como modelo, destacou que "nada falta" na Região. "Acho que devemos ir lá fora, conhecer, mas trazer para o nosso cantinho do mundo. O sair é muito bom para ver, conhecer e para depois adaptarmos para a nossa realidade", referiu, à semelhança de Catarina Fernandes, outra apresentadora da RTP-Madeira, que também além de focar na complexidade que é de criar conteúdos num meio pequeno, no que concerne sobretudo à logística, mencionou que o facto de ser ilhéu oferece oportunidades únicas, "mas para aqueles têm vontade de explorar".

Ainda sobre a produção de conteúdos, Miguel Guarda recordou a importância histórica da onda curta na rádio para conectar a Madeira a nível global. O radialista referiu como as emissoras podem diminuir distâncias, sendo acessíveis em qualquer lugar do planeta, contribuindo assim para a produção e difusão de conteúdos locais a nível global.

Também a produtora televisiva Cinha Morna partilhou a sua experiência de levar a cultura madeirense à diáspora, através da RTP-Internacional, salientando o interesse dos imigrantes pelas tradições locais.