Hamas e israelitas acusam-se de violação da trégua em Gaza após incidente
O exército de Israel e o grupo islamita Hamas acusaram-se mutuamente hoje de violação da trégua em vigor na Faixa de Gaza, após um incidente no norte do enclave em que vários soldados israelitas ficaram feridos.
"Durante a última hora, três dispositivos explosivos foram detonados ao lado de tropas das Forças de Defesa de Israel (FDI) em dois locais diferentes no norte da Faixa de Gaza, violando o quadro da pausa operacional. Num dos locais, os terroristas também abriram fogo contra as tropas, que responderam com fogo. Vários soldados ficaram levemente feridos nos incidentes", informou o porta-voz militar israelita.
Por seu lado, as Brigadas Al-Qasam, o braço armado do Hamas, denunciaram "uma clara violação da trégua" por parte de Israel durante um episódio de "atrito no terreno", embora tenham esclarecido que estão "comprometidos com a trégua enquanto o inimigo permanecer empenhado".
"Apelamos aos mediadores para que pressionem os ocupantes [Israel] a aderir a todos os termos da trégua, tanto no solo como no ar", disse o porta-voz da Brigada, Abu Obeida, que reconheceu, no entanto, que os combatentes do grupo "responderam hoje à violação" do acordo pelas tropas israelitas.
Estes episódios ocorrem no quinto dia de um cessar-fogo temporário entre Israel e o Hamas, depois de mais de um mês e meio de combates.
O acordo - mediado pelo Qatar, Egito e Estados Unidos e que inclui a troca de reféns israelitas por prisioneiros palestinianos e a entrada de ajuda humanitária em Gaza - entrou em vigor na manhã de sexta-feira e estava previsto para durar quatro dias.
Na segunda-feira, pouco antes de expirar, o Qatar anunciou uma prorrogação de dois dias, durante os quais os três elementos do pacto serão mantidos.
Hoje, está prevista a continuação da libertação de reféns cativos em Gaza e da libertação de prisioneiros palestinianos das prisões israelitas, algo que já ocorreu durante os últimos quatro dias, em que foram libertados 69 reféns israelitas e estrangeiros e 150 prisioneiros palestinianos.