Cavaco defende "mudança que traga nova esperança aos portugueses"
O antigo Presidente da República Aníbal Cavaco Silva defendeu hoje que Portugal precisa de uma "mudança que traga uma nova esperança", considerando que só assim será possível melhorar as condições de vida dos portugueses.
"Estou absolutamente convencido que Portugal precisa de uma mudança que traga uma nova esperança aos portugueses. Sem essa mudança, por aquilo que tenho estudado, pelo muito que tenho pensado sobre o assunto, será impossível melhorar as condições de vida das populações e impedir que os nossos jovens mais qualificados fujam para o estrangeiro", defendeu Cavaco Silva.
O antigo líder do PSD falava aos jornalistas no final do 41.º Congresso do partido, que decorreu hoje em Almada (distrito de Setúbal), após o discurso de encerramento do atual presidente, Luís Montenegro.
"Compete aos portugueses, e eu confio na sua sabedoria, tomar a decisão nas próximas eleições que vão ter lugar", afirmou.
Aníbal Cavaco Silva referiu que os portugueses conhecem a sua opinião "sobre a situação económica, social e política do país", que classificou como "uma situação extremamente complicada".
"Há cerca de seis meses, em maio passado, eu de alguma forma antecipei a situação a que o país ia chegar. Falei mesmo então, há seis meses, na possibilidade de o primeiro-ministro apresentar a demissão e de serem convocadas eleições antecipadas", indicou.
O antigo Presidente da República indicou que, na mesma altura, "disse de forma clara" o que "pensava da competência política" de Luís Montenegro para ser primeiro-ministro.
O antigo líder do PSD disse ter aceitado o convite para marcar presença no encerramento do 41.º Congresso por ser "um defensor entusiasta da social-democracia moderna e porque neste congresso não estava em causa a escolha dos dirigentes do partido".
Cavaco Silva recusou também "fazer comentários políticos", indicando que marcou presença "para ouvir o presidente do PSD".
Questionado se os sociais-democratas estão obrigados a vencer as eleições legislativas de 10 de março, o antigo líder não quis antecipar resultados, considerando que "os portugueses, com a sua sabedoria, farão a sua escolha".
Sobre a possibilidade de o PSD integrar uma coligação, Cavaco indicou que não foi ao congresso "para dar lições a ninguém, muito menos ao líder do partido".
"E por isso não quero interferir de nenhuma forma sobre as decisões que os órgãos próprios do partido e o presidente posam vir a tomar sobre essa matéria", salientou.
Apesar da insistência, o antigo Presidente da República recusou alongar-se nas declarações, uma vez que a mulher estava à sua espera "para jantar".
Tal como aconteceu à chegada ao congresso, antes de abandonar o congresso Aníbal Cavaco Silva foi acompanhado ao carro pelo presidente do PSD. Enquanto se dirigiam à viatura, alguns militantes bateram palmas.
Em maio, o antigo chefe de Estado considerou que o líder do PSD está "tão ou mais bem preparado" para ser primeiro-ministro do que ele próprio quando foi chefe de Governo, defendendo que os sociais-democratas são "a única alternativa" ao PS.