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Madeira

Bloco defende "respostas imediatas a todas as vítimas de violência doméstica"

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Partido assinalou Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres no Funchal

"Hoje assinala-se o Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres. E a violência doméstica é a face mais visível, mais ignóbil e mais mortífera dessa violência", afirmou hoje a Coordenadora Regional do Bloco de Esquerda na Madeira, Dina Letra.

A dirigente bloquista realçou que "este é o crime com maior incidência em Portugal" e que acontece "porque continuamos a ser uma sociedade patriarcal e machista e porque continuamos a desvalorizar a violência exercida contra as mulheres".

E ano após ano, os números relativos à violência de género mostram como estamos muito longe de resolver este flagelo social e mostram também que a justiça e a sociedade continuam a falhar às mulheres. Falham às mais de 30.000 vítimas que apresentaram denúncias em 2022; falham às milhares de vítimas que não têm coragem ou apoio para avançar com a denúncia; falharam de forma dramática às 25 mulheres que foram assassinadas este ano, até ao momento, em Portugal. Todas estas mulheres são mães, são filhas, são irmãs, têm rosto e têm nome e não podemos esquecer que em mais de 50% destes casos, a violência era conhecida por vizinhos, familiares e pelas próprias autoridades.

Dina Letra alerta também para "outras formas" de violência contra as mulheres: "é o assédio no espaço público; é o colega de trabalho que levanta a voz; é o companheiro que acha que deve controlar o que vestes ou com quem falas; é um ex-namorado que divulga na internet as tuas fotografias íntimas; é a violência gratuita no momento do parto".

"Desprezarmos os sinais de subordinação é sermos cúmplices da impunidade. Normalizar o apalpão, o assédio sexual, a palavra alta, a foto íntima partilhada ou o ciúme, é compactuar com uma sociedade em que as mulheres não são donas do seu próprio corpo e das suas próprias vidas, como se fossem sempre propriedade de alguém", reforça.

Para o BE "temos de ir mais além".

"O Bloco defende a exigência de respostas imediatas a todas as vítimas de violência doméstica: afastar o agressor e não a vítima; reforçar o apoio às vítimas durante os processos judiciais; criar juízos especializados para estes crimes; reforçar a moldura penal para esta tipologia de crimes; implementar um programa de prevenção e combate à violência contra as mulheres, que comece nas escolas, e tão importante quanto isso é necessário que haja um educação para a igualdade plena entre homens e mulheres", vinca Dina Letra.

E primeiro passo começa sempre por nós, ao tomarmos consciência de que o problema existe, de que é crime e de que não há desculpas ou atenuantes.