Uma centena de edifícios sem electricidade em Kiev após novo ataque russo
Cerca de 80 blocos residenciais e mais de 100 edifícios em Kiev ficaram hoje sem eletricidade, após um ataque maciço de 'drones' (aparelhos voadores não tripulados) russos à capital durante a noite, informaram as autoridades ucranianas.
"Na manhã de 25 de novembro, um ataque de 'drones' em grande escala na capital cortou uma linha de fornecimento de energia", afirmou o Ministério da Energia ucraniano em comunicado.
"Como resultado, 77 edifícios residenciais e 120 edifícios na parte central da cidade estão sem eletricidade", acrescentou.
A Ucrânia acusou Moscovo de ter levado a cabo o maior ataque com 'drones' a Kiev desde o início da invasão do país, em fevereiro de 2022.
A força aérea ucraniana afirmou no sábado ter abatido 71 'drones' de ataque 'Shahed' lançados pela Rússia. "A maioria deles foi destruída na região de Kiev", afirmou o Governo ucraniano nas redes sociais.
Cinco pessoas, incluindo uma criança de 11 anos, ficaram feridas na ofensiva russa, segundo as autoridades locais de Kiev.
O alerta aéreo na capital durou seis horas e a queda de destroços de 'drones' provocou incêndios e danificou edifícios na capital, disse o presidente da Câmara de Kiev, Vitali Klitschko.
"O inimigo continua a espalhar o terror", acrescentou, lembrando o início da invasão russa, em 24 de fevereiro de 2022.
Os ataques com 'drones', sintomáticos da guerra na Ucrânia, multiplicaram-se nos últimos meses, levados a cabo por forças de Kiev e de Moscovo.
Na sexta-feira, a Rússia afirmou ter destruído 16 'drones' ucranianos no sul do país e sobre a península da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014 e regularmente visada por Kiev devido à sua posição estratégica no Mar Negro.
No mesmo dia, o exército ucraniano declarou que os seus sistemas de defesa aérea tinham abatido três 'drones' de ataque de fabrico iraniano lançados pelas forças russas durante a noite.
O ataque ocorre no dia em que a Ucrânia assinala o Holodomor, a fome causada no país pelos soviéticos há 90 anos, que resultou na morte de vários milhões de pessoas.
"Mais de 70 [drones] caíram durante a noite da comemoração do Holodomor [...]. Os líderes russos estão orgulhosos da sua capacidade de matar", reagiu o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, nas redes sociais.
Sobre a efeméride, Zelensky afirmou ser "impossível" perdoar os "crimes de genocídio" cometidos pelos soviéticos durante a era de Estaline contra os ucranianos durante a grande fome dos anos 30.
"É impossível esquecer, compreender e, acima de tudo, perdoar os horríveis crimes de genocídio que os ucranianos sofreram no século XX", declarou num comunicado à imprensa no dia da comemoração da fome de 1932-1933.