Autoridades israelitas libertaram 39 palestinianos
Trinta e nove prisioneiros palestinianos, mulheres e crianças, foram libertados hoje da prisão pelas autoridades israelitas em troca de reféns libertados pelo Hamas, segundo o Clube dos Prisioneiros, uma organização não---governamental (ONG) dedicada a reclusos da Palestina.
Jornalistas da agência France-Presse (AFP) viram autocarros a sair da prisão israelita de Ofer, na Cisjordânia, para onde prisioneiros foram transferidos para a sua libertação.
Vinte e oito foram deixados na Cisjordânia, enquanto os outros 11 foram levados para Jerusalém Oriental, disse aquela ONG.
Naquele grupo estão 15 menores e 24 mulheres, segundo a lista divulgada pela comissão responsável pelos prisioneiros da Autoridade Palestiniana.
As autoridades penais israelitas confirmaram a libertação de 39 palestinianos, retirados de "três prisões", duas na Cisjordânia e uma em Israel.
"Este é o primeiro grupo de detidos libertado como parte do plano para trazer os reféns para casa", explicaram num comunicado de imprensa.
A polícia israelita anunciou durante o dia que proibia qualquer celebração da libertação de prisioneiros em Jerusalém.
A libertação dos primeiros reféns após um mês e meio de guerra faz parte de um acordo entre Israel e o Hamas para libertar, no total, 50 sequestrados mantidos em cativeiro na Faixa de Gaza em troca da libertação de 150 presos palestinianos em Israel -- em ambos os casos, só mulheres e crianças -- durante quatro dias de cessar-fogo.
Após a saída do enclave dos primeiros 13 reféns, esperava-se a libertação iminente de 39 prisioneiros palestinianos que foram reunidos horas antes na prisão israelita de Ofer, de onde o Comité Internacional da Cruz Vermelha os levará para um posto de passagem fronteiriça com a Cisjordânia, lugar em que serão entregues às respetivas famílias.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o ministro da Defesa, Yoav Gallant, deslocaram-se à base de Kirya, em Telavive, o quartel-general do Exército israelita, para supervisionar a libertação dos 13 reféns israelitas.
"O primeiro-ministro e o ministro da Defesa acompanharão de perto a gestão da operação para trazer de volta ao país os israelitas libertados do cativeiro do Hamas", indicou o Governo num comunicado.
Depois de ter mostrado em direto imagens de um miniautocarro e uma coluna de ambulâncias aguardando do lado egípcio do terminal de Rafah pelos 24 reféns (13 israelitas e outros cidadãos de outras nacionalidades cuja libertação foi entretanto confirmada) hoje libertados pelo Hamas, a estação televisiva egípcia Al-Qahera News indicou que os profissionais de saúde egípcios começaram a realizar exames médicos aos libertados.
Hoje, entrou em vigor o primeiro cessar-fogo entre Israel e o Hamas às 07:00 locais (05:00 de Lisboa), após mais de um mês e meio de guerra, como parte de um acordo para a libertação de 50 reféns, em troca de 150 presos palestinianos, todos crianças e mulheres.
O cessar-fogo, que durará quatro dias e poderá prolongar-se até dez dias, se o Hamas entregar mais sequestrados, permitirá também a entrada de ajuda humanitária naquele enclave palestiniano pobre.
A 07 de outubro, combatentes do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) -- desde 2007 no poder na Faixa de Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel -- realizaram em território israelita um ataque de proporções sem precedentes desde a criação do Estado de Israel, em 1948, fazendo 1.200 mortos, na maioria civis, cerca de 5.000 feridos e mais de 200 reféns.
Em retaliação, Israel declarou uma guerra para "erradicar" o Hamas, que começou por cortes ao abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível na Faixa de Gaza e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre que cercou a cidade de Gaza.
A guerra entre Israel e o Hamas, que hoje entrou no 49.º dia e ameaça alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza cerca de 15.000 mortos, na maioria civis, e mais de 33.000 feridos, de acordo com o mais recente balanço das autoridades locais, e 1,7 milhões de deslocados, segundo a ONU.
Na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, 200 palestinianos foram mortos pelas forças israelitas ou em ataques perpetrados por colonos.