Telavive prepara libertação de 39 prisioneiros palestinianos
Israel iniciou os preparativos para libertar hoje 39 prisioneiros palestinianos - mulheres e menores - em troca de 13 reféns do grupo islamita Hamas, no âmbito de uma trégua de quatro dias, avançou a imprensa israelita.
O Serviço Prisional de Israel recebeu os nomes das palestinianas e dos menores, todos condenados por terrorismo, que irão ser libertados, noticiou a televisão israelita Canal 13.
Os 30 prisioneiros serão primeiro transferidos para a prisão de Ofer, na Cisjordânia ocupada, por volta do meio-dia (10:00 em Lisboa), onde irão aguardar a entrega de 13 reféns detidos pelo Hamas, algo que deverá ocorrer por volta das 16:00 (14:00 em Lisboa).
A trégua de quatro dias acordada entre Israel e o Hamas, que prevê a libertação de um total de 50 reféns em troca da libertação de prisioneiros palestinianos, entrou em vigor às 07:00 (05:00 em Lisboa).
Fontes israelitas confirmaram à agência de notícias EFE que, por cada dez reféns adicionais que o Hamas estiver disposto a libertar após os quatro dias, a trégua poderá ser prorrogada por mais um dia, até um máximo de dez dias.
Os primeiros camiões de uma caravana de ajuda humanitária começaram hoje a entrar na Faixa de Gaza através da fronteira de Rafah, após a entrada em vigor da trégua, avançou a televisão egípcia Al Qahera News.
O diretor do Serviço de Informação do Estado egípcio, Diaa Rashwan, disse que "200 camiões carregados com alimentos, medicamentos e água entrarão diariamente pela primeira vez desde o início da guerra israelita contra a Faixa, há cerca de 50 dias".
Num comunicado divulgado antes do início da trégua, Rashwan disse ainda que 130 mil litros de combustível e quatro camiões de gás natural provenientes do Egito entrarão diariamente no enclave palestiniano.
A televisão egípcia divulgou imagens de camiões a aguardar no posto fronteiriço de Rafah, que liga a Faixa de Gaza ao Egito e é a única via de acesso ao território governado pelo grupo Hamas não controlada por Israel.
Rashwan lembrou que o Egito continuará a receber grupos de crianças feridas e doentes vindas da Faixa de Gaza para receberem tratamento médico no país, bem como estrangeiros e pessoas com dupla nacionalidade.
Pela primeira vez desde o início do conflito entre Israel e o Hamas, as autoridades do Cairo irão permitir que os palestinianos retidos no Egito regressem à Faixa de Gaza.
A trégua entrou em vigor depois de uma noite em que Israel continuou a atacar a Faixa de Gaza e em que o Hamas lançou mísseis contra dois colonatos israelitas situados perto do enclave palestiniano, cujos habitantes já tinham sido retirados.
Cerca de duas horas antes da trégua entrar em vigor, o diretor-geral do Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, Mounir Al-Bursh, disse à agência de notícias France-Presse (AFP) que os soldados israelitas estavam "a realizar uma operação no Hospital Indonésio", localizado no norte de Gaza, onde 200 pacientes ainda estão a ser tratados.