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MNE português em Israel e Palestina num momento de "alguma esperança"

Foto DR/XTwitter/Negócios Estrangeiros PT
Foto DR/XTwitter/Negócios Estrangeiros PT

O ministro dos Negócios Estrangeiros português vai reunir-se hoje com os homólogos de Israel e da Palestina, quando se vive "alguma esperança", com o previsto início da trégua e libertação de reféns, que disse esperar que permita lançar um diálogo.

"O grande objetivo é dar continuidade aos contactos que tenho vindo a manter com os meus colegas de Israel, Palestina, e também Jordânia e Egito, desde o dia 07 de outubro", disse à Lusa João Gomes Cravinho, sobre a visita de dois dias que hoje se inicia, em conjunto com a homóloga da Eslovénia, Tanja Fajon.

"Hoje estamos perante uma situação de alguma esperança, temos uma trégua - esperamos -, temos o início - esperemos -, de troca, libertação de reféns", comentou, no dia em que Israel e o grupo islamita Hamas deverão iniciar uma trégua de quatro dias.

Para o Governo português, "é fundamental" que esta trégua seja vista "como o início de um processo de diálogo que poderá depois ser estendido, criando-se as condições para eventualmente chegarmos a discutir as condições de fundo, nomeadamente a criação da solução de dois Estados, em que Israel e Palestina possam viver lado a lado, em paz e segurança".

Os chefes da diplomacia português e eslovena têm hoje um encontro com o homólogo de Israel, Eli Cohen, no sul do país, e serão recebidos pelo Presidente israelita, Isaac Herzog, em Telavive.

Mais tarde, em Ramallah, na Cisjordânia, reúnem-se com o ministro dos Negócios Estrangeiros palestiniano, Riyad al-Maliki, e terão um encontro com o primeiro-ministro, Mohammad Shtayyeh.

No sábado, a visita conjunta dos ministros prossegue na Jordânia e Egito.

A visita coincide com o primeiro dia de uma trégua nos combates entre Israel e o Hamas, que entrará em vigor na manhã de hoje, e a libertação dos primeiros reféns à tarde, anunciaram as autoridades do Qatar, mediador nas conversações entre as partes.

A 07 de outubro, combatentes do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) -- desde 2007 no poder na Faixa de Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel -- realizaram em território israelita um ataque de dimensões sem precedentes desde a criação do Estado de Israel, em 1948, fazendo 1.200 mortos, na maioria civis, e cerca de 5.000 feridos.

Em retaliação, Israel declarou uma guerra para "erradicar" o Hamas, que começou por cortes ao abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível na Faixa de Gaza e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre que cercou a cidade de Gaza.

A guerra entre Israel e o Hamas, que hoje entrou no 48.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora naquele enclave palestiniano pobre cerca de 15.000 mortos, na maioria civis, e 33.000 feridos, de acordo com o mais recente balanço das autoridades locais, e 1,7 milhões de deslocados, segundo a ONU.