A Democracia à Portuguesa
Marcelo que gosta muito de falar em todos os telejornais, não resistiu e disse o que era sigiloso
Sem dúvida que Novembro de 2023 tem sido um mês demasiado mau tanto para a Democracia como para a Justiça Portuguesa. Refiro-me concretamente ao que se tem passado na crise que caiu que nem uma bomba na vida política portuguesa e pior ainda para a Justiça. De acordo com a lei a Justiça é um órgão independente e é considerado o Terceiro Poder na nossa democracia. Contudo na prática não é bem assim, porque a justiça pode lançar uma bomba no poder politico. Aconteceu com o Engº José Sócrates, ex primeiro ministro, que foi preso quando entrava no país e perante os holofotes da televisão e condenado a um ano de cadeia porque havia o risco de “fugir” do país. Aconteceu o chamado “julgamento” na praça pública, por ordem de quem está encarregado de fazer JUSTIÇA em Portugal.
Desta vez foi com o Dr. António Costa, Primeiro Ministro de Portugal, numa cena demasiado caricata para ser real. A Justiça não aprendeu nada com o caso “Sócrates”. Parece que a presunção de inocência até ao julgamento deixou de existir, sendo substituída por presunção de “culpado”. Como é possível considerar alguém “suspeito”, só porque duas pessoas, falando ao telefone se referem ao seu nome e que ainda por cima não era o do Primeiro Ministro. Não seria mais correto e mais bonito investigar, até ter certezas e depois então tomar as respetivas medidas? Espetáculo muito triste!!!!
Perante uma coisa destas o Primeiro Ministro apresentou a sua demissão ao Presidente da República, que não só aceitou logo, como marcou de imediato eleições, satisfazendo a vontade de alguns partidos da oposição, nomeadamente o seu, recusando assim outra alternativa que já tinha acontecido com um Presidente da República, o socialista Jorge Sampaio, com o PPD. Marcelo preferiu correr o risco de eleições antecipadas e um país ingovernável a um governo com uma maioria absoluta, logo estável, que favorecia muito mais a economia e o investimento estrangeiro.
Como tudo isto não chegou, o Presidente da República, (PR) que deveria ser o primeiro a guardar sigilo do que se passou no Conselho de Estado,(CE) bateu com a língua nos dentes e disse que foi o Primeiro Ministro que sugeriu a reunião com a Procuradora Geral da República (PGR). De acordo com a legislação Portuguesa, todos os membros do CE são obrigados a guardar sigilo durante trinta anos de tudo o que se passou e foi dito na no CE.
Marcelo que gosta muito de falar em todos os telejornais, não resistiu e disse o que era sigiloso.
Dois casos que merecem o julgamento dos portugueses. Primeiro o PR deveria ter demitido a PGR e depois ele próprio deveria ter-se demitido. Assim é que ficava bonito e correto, até porque este caso é conhecido pela “operação influencer”. Ora, quantas vezes ouvi eu e certamente a maioria dos portugueses, o próprio PR dizer, quando alguém o chamava a atenção para algo que não estava bem, que iria contatar o Governo para resolver determinada situação. Isso não é ser um “influencer”? No caso das gémeas brasileiras não teria sido o próprio PR um “ influencer”? Não será normal que alguém que tenha um processo, por exemplo numa Camara e que demora uma eternidade a ser resolvido que ela própria procure “ Inflencer” alguém para que o caso ande mais depressa? Não será isso humano?
Várias pessoas já se manifestaram contra estes casos, nomeadamente Vital Moreira, a PGR Adjunta (Maria José Fernandes) e Sousa Tavares, quer através da Televisão, quer através da imprensa escrita. Acabamos por perder um grande Primeiro Ministro que baixou, até ao momento, a dívida portuguesa de 134% do PIB para 103,5, que aumentou o Salário mínimo para 820 euros, que baixou os impostos (contrariamente ao que se faz na Madeira), aumentou as pensões e ordenados (e vão aumentar muito mais a partir de Janeiro do próximo ano) que desenvolveu a nossa economia, foi o que enviou mais dinheiro para a Madeira e em especial para os madeirenses, para fazerem frente à inflação e está altamente cotado na União Europeia, entre tantas outras coisas por causa de incompetência da Justiça e do PR.