Boa noite!

Entre aviões e eleições, lugares e cargos, contestações e convicções há sinais que contrariam narrativas instaladas.

. A ANA demorou, mas abriu o livro. Para revelar o que já se sabia. Que não era a única má da fita em que Ryanair é perita na ameaça e a concessionária dos aeroportos é ágil no aumento sistemático de taxas. Mas não só. Por deixar claro que "a Madeira é um dos destinos turísticos com maior potencial de desenvolvimento na Europa", sendo certo que SATA (de Boston e Toronto), easyJet (de Genéve e Basileia), Jet2 (Liverpool e Belfast) e wizzair (Roma), já confirmaram novas rotas para o próximo Verão de 2024. E assim lá se vai a tese dos dramáticos da ilha que somos reféns dos chantagistas ou monopolistas. O mercado tende a funcionar. Mesmo sem alaridos.

. A Ryanair afinal não atingiu, como pretendia e prometeu, 23% da oferta para a Região. O presidente do Governo Regional fez o favor de responder a uma questão deixada no ‘Boa noite’ de ontem ao garantir que a operação da companhia irlandesa na Madeira representa menos 15%, fasquia que baixa já que com o último corte perde 5%. Pelo caminho ficam as ligações directas a Marselha (França), Nuremberga (Alemanha), Bérgamo (Itália). Mas também 3 ligações a Lisboa e uma ao Porto. Estamos entendidos quanto à lei da oferta e da procura.

. A menos que ainda cheguem por correio registado! outras propostas, dado que nem todos os socialistas habitam regularmente na Madeira, só Paulo Cafôfo entregou formalmente a sua candidatura à liderança do PS-M. E assim se vê que neste partido, como em tantos outros, apesar de narrativas alternativas, há contestatários sem tropas, interesses pessoais que se sobrepõem a projectos colectivos e uma prolongada gestão de umbigos que dá dó. Estamos conversados sobre as disponibilidades para a mudança. Chegar-se à frente é bem diferente do que colocar-se em bicos de pés. Sobretudo se à partida não estiverem garantidos lugares, cargos e benesses.

. Carlos André Gomes tomou hoje posse como presidente do Marítimo. Como nos segredava um sócio com 64 anos de emblema verde-rubro, o novo líder viveu o primeiro dos dois momentos de felicidade quando se é dirigente de um clube com tamanha grandeza. O segundo é quando sair!

O nosso também colaborador mostrou-se lúcido, quando referiu no seu primeiro discurso como presidente que “o entusiasmo de uma vitória não pode esconder a situação grave em que o Marítimo se encontra”. E determinado, desejando tudo fazer para que “os endiabrados campeões das ilhas” voltem ao futebol de primeira.

A primeira aragem no início de mais noite quase tropical é indiciadora de mudança de comportamentos e de postura. Louvo-lhe a percepção da dimensão global do maior embaixador da Madeira. Sublinho o sentido crítico e a racionalidade mesmo que passe a ser parte activa no jogo das emoções. Registo a elevação no trato pois enquanto parceiros ‘corporate’ fomos pela primeira vez convidados para a festa. E lá fomos com respeito pelo emblema de muitos. Porque somos de todos e de ninguém.