Vaticano nega que Papa tenha usado a palavra "genocídio" durante encontro
O porta-voz do Vaticano, Matteo Bruni, negou hoje que o Papa Francisco teria usado o termo "genocídio" durante uma reunião com uma delegação de familiares de palestinianos que vivem em Gaza.
"Não tenho conhecimento que tenha usado tal palavra", disse Bruni.
"Utilizou as palavras com que se expressou durante a audiência geral e que, em todo o caso, representam a terrível situação que se vive em Gaza", acrescentou o porta-voz.
O esclarecimento de Bruni ocorre depois de os membros da delegação palestiniana afirmarem que o Papa teria reconhecido que o povo palestiniano está a passar por "um genocídio".
Francisco reuniu-se hoje, antes da audiência geral de quarta-feira, com uma delegação de dez palestinianos, cristãos e muçulmanos, que têm familiares em Gaza.
"Convidamos o Papa a visitar Gaza. Ele pode acabar com a guerra e trazer a paz ao povo da Palestina", disse Shrine Halil, um cristão de Belém presente no encontro com Francisco.
"O cessar-fogo não é suficiente: o que vivemos hoje é uma pausa militar que mantém o 'status quo' das hostilidades", acrescentou Halil.
"O Papa reconheceu que estamos a viver um genocídio" e disse que "o terrorismo não pode ser combatido com terrorismo", de acordo com a delegação palestiniana.
"Somos dez e todos ouvimos", afirmaram os palestinianos.
O Papa qualificou ainda como "uma boa ideia" a sua visita a Gaza "quando a situação o permitir", ainda segundo a delegação palestiniana.
Francisco também se reuniu hoje, separadamente, com uma delegação de familiares dos reféns israelitas que foram raptados pelo grupo islamita Hamas em 07 de outubro, em Israel.