Zelensky quer militares a combater sem pensar num futuro político
O Presidente ucraniano alertou os comandantes militares para o "grande erro" de se imiscuírem na política, depois de o chefe das forças armadas, general Valeri Zaluzhni, ter afirmado que a guerra tinha estagnado.
Zaluzhni declarou recentemente à revista britânica The Economist que se tinha chegado a um impasse na guerra com a Rússia, uma vez que ambos dispunham de meios semelhantes e que era necessária uma melhor tecnologia militar.
Em declarações ao também britânico The Sun, Zelensky disse que não se pode gerir uma guerra como um meio de entrar na política.
"Várias forças políticas estão a empurrar os militares para a política", disse Zelensky, que insistiu no "grave erro" de os partidos políticos quererem ter "estrelas de guerra" nas suas fileiras.
Zelensky lembrou que, como Presidente da República, é o comandante supremo das Forças Armadas e que só há uma hierarquia.
"É uma só, de acordo com a lei, e em tempo de guerra isso nem sequer pode ser discutido", disse Zelensky, citado pela agência espanhola Europa Press.
As declarações do general Zaluzhni não foram bem aceites pelo governo.
O porta-voz principal da presidência, Mikhail Podoliak, afirmou na altura que tais opiniões nos meios de comunicação social apenas "facilitavam o trabalho de Moscovo".
O general Zaluzhni é considerado um dos arquitetos da resistência bem-sucedida da Ucrânia desde que o país foi invadido pela Rússia, em 24 de fevereiro de 2022.
Nalguns círculos, acredita-se que poderá ter aspirações políticas quando a guerra terminar, segundo a Europa Press.