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Hamas acusa primeiro-ministro israelita de mentir e atrasar acordo para troca de prisioneiros

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Foto AFP

O Hamas frisou hoje que ainda não há acordo para a libertação dos reféns detidos pelo grupo islamita em Gaza, acusando o primeiro-ministro israelita de atrasar o processo e mentir, de acordo com um portal pró-palestiniano Gaza Now.

Azzat Al-Rashq, membro do gabinete político do Hamas, citado pelo portal pró-palestiniano, sublinhou que o acordo para a troca de prisioneiros ainda não está finalizado, depois do Presidente dos Estados Unidos Joe Biden ter referido hoje que a finalização do processo estava para breve.

O responsável palestiniano acusou o chefe do Governo israelita, Benjamin Netanyahu, de "estar a atrasar o acordo de troca de prisioneiros" e de "mentir a todas as partes".

"Cada vez que chegamos perto de concluir o acordo de troca de prisioneiros, surgem problemas e paralisações", sublinhou a mesma fonte.

"Qualquer acordo de troca de prisioneiros deve ser acompanhado de um cessar-fogo", acrescentou.

Joe Biden tinha realçado antes, à margem de uma cerimónia na Casa Branca, que o acordo estava perto e que mantém conversas com os envolvidos todos os dias.

A Casa Branca já tinha informado hoje que Biden tinha "discutido longamente" com Benjamin Netanyahu os esforços para um acordo que conduza à libertação dos reféns.

Fontes israelitas tinham dado sinais no mesmo sentido, indicando que o Hamas estará disponível para a libertação de reféns em troca de um cessar-fogo na Faixa de Gaza.

A imprensa internacional tem também noticiado que o Hamas poderá igualmente aceitar a libertação de reféns em troca de prisioneiros palestinianos nas cadeias de Israel.

As brigadas Al Qassam, braço armado do Hamas, divulgaram nas últimas horas um comunicado informando que as negociações -- que estão a ser conduzidas pelo Qatar, pela agência norte-americana CIA e pela agência de informações israelita Mossad -- se concentravam na possível libertação de cerca de 70 mulheres e crianças.

Israel declarou a 07 de outubro guerra ao Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) -- desde 2007 no poder na Faixa de Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel -, após um ataque do grupo islamita que incluiu o lançamento de 'rockets' e a infiltração em território israelita de cerca de 3.000 combatentes, que massacraram cerca de 1.200 pessoas, feriram cerca de 5.000 e sequestraram mais de 200.

O Exército israelita contra-atacou imediatamente com as suas forças aéreas e navais e, desde finais de outubro, também com uma ofensiva terrestre, durante a qual morreram, até agora, 66 soldados.

Em 45 dias de guerra, a ofensiva israelita fez mais de 13.000 mortos na Faixa de Gaza, segundo o Ministério da Saúde local, que estima contudo que, devido aos milhares que se encontram debaixo dos escombros, o número de vítimas mortais deve já ultrapassar 16.000.

A ele se somam dezenas de milhares de feridos e ainda, segundo a ONU, 1,7 milhões de deslocados -- mais de dois terços da população total daquele enclave palestiniano pobre, que enfrenta uma grave crise humanitária, devido à escassez de água, alimentos, eletricidade, medicamentos e combustível.