Exército acusa Hamas de utilizar crianças e mulheres como escudos
As forças armadas israelitas (IDF) acusaram hoje os combatentes do movimento islamita Hamas de utilizarem crianças e mulheres como escudos e de se esconderem em áreas civis em Gaza, como hospitais, escolas e jardins-de-infância.
"Durante os últimos dias de combate da 36.ª Divisão em Zaytun, encontramos constantemente um inimigo escondido atrás de crianças, mulheres e infraestrutura civil", destacou o comandante desta divisão, Dado Bar Kalifa, citado num comunicado das IDF.
Kalifa sublinhou que os militares israelitas estão a operar "numa complexa zona de guerra em uma área urbana" e que "expuseram terroristas que estavam escondidos em áreas civis e eliminaram muitos terroristas".
Militares da engenharia de combate, infantaria e corpo blindado da 36.ª Divisão estão a lutar para derrotar o batalhão 'Zaytun', um dos "principais batalhões do Hamas que opera na área de Zaytun, na cidade de Gaza", frisaram as IDF na nota.
"As tropas encontraram um inimigo entrincheirado no coração de bairros residenciais, hospitais, escolas e jardins-de-infância, e ataques a partir de infraestruturas civis", realçaram.
Os soldados da 188.ª brigada assumiram o controlo operacional de vários alvos importantes do batalhão 'Zaytun', incluindo o centro de comando do comandante da brigada da cidade de Gaza e o quartel-general central do batalhão, detalharam ainda as IDF.
"Os militares revistaram a área, localizaram muitas armas e ao final das buscas destruíram o centro de comando do Comandante da Brigada. Além disso, os soldados dirigiram um ataque aéreo na área de Zaytun que levou à eliminação dos terroristas", frisaram.
As forças israelitas adiantaram ainda que os militares localizaram "um laboratório para produção de foguetes, materiais explosivos, um poço de túnel, um grande número de armas e um UAV dentro de uma mesquita".
Já soldados da Brigada Bislamach destruíram "alvos militares da organização terrorista Hamas em Zaytun, entre eles um posto de produção de armas da Jihad Islâmica, onde estavam localizados "foguetes pesados e de longo alcance, bem como um torno usado para fins militares".
"Os soldados também destruíram poços de túneis, assumiram o controlo dos centros de comando do Hamas, confiscaram material de inteligência usado pela organização para aprender sobre os soldados das IDF e atacaram edifícios adicionais a partir dos quais os terroristas dispararam contra os soldados das IDF", explicaram ainda.
As IDF divulgaram vídeos e imagens das descobertas que dizem ter feito, como das armas no interior de uma mesquita.
Israel declarou a 07 de outubro guerra ao Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) -- desde 2007 no poder na Faixa de Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel -, após um ataque do grupo islamita que incluiu o lançamento de 'rockets' e a infiltração em território israelita de cerca de 3.000 combatentes, que massacraram cerca de 1.200 pessoas, feriram cerca de 5.000 e sequestraram mais de 200.
O Exército israelita contra-atacou imediatamente com as suas forças aéreas e navais e, desde finais de outubro, também com uma ofensiva terrestre, durante a qual morreram, até agora, 66 soldados.
Em 45 dias de guerra, a ofensiva israelita fez mais de 13.000 mortos na Faixa de Gaza, segundo o Ministério da Saúde local, que estima contudo que, devido aos milhares que se encontram debaixo dos escombros, o número de vítimas mortais deve já ultrapassar 16.000.
A ele se somam dezenas de milhares de feridos e ainda, segundo a ONU, 1,7 milhões de deslocados -- mais de dois terços da população total daquele enclave palestiniano pobre, que enfrenta uma grave crise humanitária, devido à escassez de água, alimentos, eletricidade, medicamentos e combustível.