Saída da Rússia de tratado é "passo na direcção errada"
O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, declarou hoje que a Rússia, ao sair do Tratado de Proibição Total de Ensaios Nucleares, está a dar "um passo na direção errada", instando Moscovo a não realizar testes nucleares.
"Infelizmente, isso constitui um passo na direção errada, que nos afasta, em vez de nos aproximar, da entrada em vigor" desse tratado, prosseguiu Blinken em comunicado.
Horas antes, o Alto Representante da União Europeia (UE) para a Política Externa, Josep Borrell, já tinha condenado a saída da Rússia do tratado, enquadrando essa rutura no contexto da "guerra ilegal de agressão" à Ucrânia que iniciou em fevereiro de 2022.
Segundo o chefe da diplomacia europeia, Moscovo abandonou o tratado após meses de "ameaças irresponsáveis" em que chegou, inclusive, a insinuar a possibilidade de voltar a realizar testes com armas atómicas.
Em nome dos 27 Estados-membros da UE, Borrell classificou, num comunicado, o referido tratado como "um instrumento fundamental" em matéria de desarmamento e não-proliferação, entre outras coisas porque abre a porta à monitorização e à criação de ferramentas "credíveis, fiáveis e independentes" que garantam que nenhum país leva a cabo um ensaio nuclear.
"A União Europeia insta a Rússia a respeitar o propósito e os objetivos do tratado", declarou Borrell na sua nota, lamentando o que considerou "um grave passo atrás" por parte de Moscovo, apesar de o tratado tecnicamente não ter entrado em vigor porque vários países que o assinaram na altura não chegaram a ratificá-lo, entre os quais os Estados Unidos.
O chefe da diplomacia comunitária aproveitou a oportunidade para apelar a todos os países que ainda não o ratificaram para que concluam os procedimentos, "sem condições e sem mais demora".
A UE, acrescentou, "continua totalmente empenhada em promover a entrada em vigor e a universalização" do texto, com o objetivo de continuar a avançar para "um mundo livre de testes nucleares".