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Passageiros judeus de voo na Rússia tiveram de se esconder no terminal

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Foto DR

O embaixador de Israel em Moscovo relatou hoje que alguns dos passageiros judeus que se viram envolvidos num motim ocorrido este fim de semana num aeroporto do sul da Rússia tiveram de se esconder no terminal.

No domingo centenas de pessoas tomaram conta do aeroporto de Makhachkal, na república russa do Daguestão, para revistarem os aviões e os automóveis à procura de israelitas e judeus, num protesto contra o conflito entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas.

Na sequência deste motim foram detidas, pelo menos, 60 pessoas e mais de 20 ficaram feridas.

Em declarações esta quarta-feira, o embaixador de Israel na Rússia, Alexander Ben Zvi, contou que alguns dos passageiros tiveram de se esconder no terminal do aeroporto, antes de serem transportados de helicóptero para um local seguro.

Alexander Ben Zvi atribuiu a responsabilidade dos distúrbios de domingo à noite a elementos extremistas da república do Daguestão, de maioria muçulmana.

Apesar deste episódio, o embaixador israelita considerou que, "em geral, não existe antissemitismo a um nível organizado na Rússia".

No entanto, defendeu que as autoridades "devem levar o incidente a sério, para que tais ações não se repitam".

"É claro que sempre houve, há e haverá antissemitismo. O importante é que não evolua para o que vimos em Makhachkala", disse Ben Zvi à Associated Press.

Entre os feridos no aeroporto de Makhachkal contam-se nove polícias, dois dos quais foram hospitalizados, segundo o departamento do Ministério do Interior para o distrito federal do Cáucaso do Norte, que acrescentou terem sido identificados mais de 150 participantes nos tumultos.

Centenas de pessoas tomaram conta do aeroporto e da pista de aterragem após apelos na plataforma de mensagens Telegram para se dirigirem ao aeroporto antes da chegada dos voos provenientes de Israel

De acordo com os meios de comunicação social russos, como o Echo of Dagestan, a multidão gritou palavras de ordem antissemitas e "Allahu Akbar" (Alá é grande). Também se ouviram tiros.

Algumas das pessoas correram para a pista e tentaram entrar num avião que tinha chegado de Telavive, de acordo com vídeos publicados nas redes sociais.

As forças de segurança conseguiram evacuar o aeroporto após várias horas de agitação.

Bem Zvi disse ainda que mais de 30 pessoas no voo eram cidadãos israelitas, mas nenhum deles ficou ferido.

"No final, a maioria deles acabou por se esconder numa sala VIP e permanecer lá até que pudessem ser levadas de helicóptero para uma instalação fechada", contou.

A Agência Federal de Transportes Aéreos ordenou inicialmente o encerramento do aeroporto até 06 de novembro, mas mais tarde disse que a medida só se aplicaria até esta terça-feira.

O grupo islamita do Hamas lançou em 07 de outubro um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados, provocando a morte de mais de 1.400 pessoas e fazendo duas centenas de reféns.

Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, movimento que controla a Faixa de Gaza desde 2007 e que é classificado como terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, bombardeando várias infraestruturas do grupo na Faixa de Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.

O conflito já provocou milhares de mortos e feridos, entre militares e civis, nos dois territórios.