Mais de 30 bebés prematuros retirados de Gaza com destino ao Egito
Mais de 30 bebés prematuros foram retirados do maior hospital da Faixa de Gaza para serem transferidos para o Egito, anunciou hoje o diretor-geral dos hospitais do território palestiniano, enquanto prosseguem os ataques israelitas.
De acordo com a agência AFP, o Crescente Vermelho palestiniano adiantou que as suas equipas, em coordenação com a OMS e o Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários da ONU (OCHA), tinham retirado hoje "31 bebés prematuros do hospital de al-Shifa".
Os bebés foram transportados de ambulância para o sul da Faixa de Gaza, informou a organização na rede social X (antigo Twitter).
"Três médicos e duas enfermeiras acompanham-nos", declarou Mohammed Zaqout, diretor-geral dos hospitais da Faixa de Gaza.
"Estão em curso os preparativos para os levar para o Egito" através do terminal de Rafah, a única abertura do território palestiniano ao mundo que não está nas mãos de Israel, acrescentou.
A organização das Nações Unidas declarou estar a preparar com os seus parceiros "planos para a evacuação imediata dos restantes doentes (de al-Shifa), do pessoal e das suas famílias" para outros hospitais de Gaza.
O hospital continua cercado por tanques israelitas e há soldados no seu interior, disse hoje à AFP Marwan Abou Saada, chefe do departamento de cirurgia.
"Ouvi pelo menos duas explosões desde a manhã", relatou.
Segundo o exército, que invadiu o complexo hospitalar na quarta-feira, este alberga um esconderijo do Hamas, instalado numa rede de túneis. O movimento islamita, que tomou o poder em Gaza em 2007, nega o facto.
No sábado, uma equipa da Organização Mundial de Saúde (OMS) e outros peritos da ONU realizaram uma missão de uma hora ao hospital de al-Shifa, que se tornou uma "zona de morte", onde a situação é "desesperada" devido à falta de água, eletricidade, medicamentos, alimentos e equipamento médico.
De acordo com a OMS, os doentes, o pessoal médico e as 2.500 pessoas deslocadas que se tinham refugiado no hospital abandonaram-no no sábado, após terem recebido ordens do exército israelita. O exército declarou que apenas tinha "respondido a um pedido" do hospital.
Paralelamente, prosseguem também as negociações para garantir a libertação dos reféns raptados pelo Hamas, no 44.º dia da guerra desencadeada pelo ataque sem precedentes do movimento islamita palestiniano em solo israelita.
O Qatar, que está a mediar o processo, disse hoje que só restam obstáculos "menores" para se chegar a um acordo.