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Blinken insta israelitas a tomarem "medidas urgentes" contra violência dos colonos

Foto Ryan Rodrick Beiler / Shutterstock.com
Foto Ryan Rodrick Beiler / Shutterstock.com

O chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Antony Blinken, instou esta quinta-feira Israel a tomar "medidas urgentes" para terminar com a violência dos colonos israelitas contra os palestinianos na Cisjordânia ocupada.

Blinken manteve esta quinta-feira uma conversa telefónica com Benny Gantz, um líder da oposição israelita que se juntou ao gabinete de guerra do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, a quem "enfatizou a necessidade urgente de tomar medidas concretas para acalmar as tensões na Cisjordânia".

O porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Matthew Miller, destacou ainda que Blinken abordou "os níveis crescentes de violência por parte de extremistas".

Blinken também conversou com Gantz sobre os esforços diplomáticos para libertar os reféns do Hamas, cerca de 240 pessoas.

Na Cisjordânia - um território palestiniano ocupado desde 1967 por Israel - mais de 190 palestinianos foram mortos por colonos e por soldados israelitas desde 07 de outubro, data do início da guerra entre Israel e o grupo islamita Hamas, segundo dados do Ministério da Saúde palestiniano.

O Exército israelita está a aumentar os ataques e incursões neste território, alegando estar a responder a um "aumento significativo de ataques terroristas" na Cisjordânia com "mais de 550 tentativas de ataques desde o início da guerra".

Na Cisjordânia, 490 mil colonos vivem entre três milhões de palestinianos. Estas colónias são consideradas pela ONU ilegais ao abrigo do direito internacional.

Gantz, um general centrista aposentado, concordou em entrar num gabinete de guerra com Netanyahu.

O primeiro-ministro lidera uma coligação com apoiantes da extrema-direita que apoiam fortemente a colonização da Cisjordânia.

Em 07 de outubro, combatentes do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) -- desde 2007 no poder na Faixa de Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel -- realizaram em território israelita um ataque de dimensões sem precedentes desde a criação do Estado de Israel, em 1948, fazendo 1.200 mortos, na maioria civis, cerca de 5.000 feridos e mais de 200 reféns.

Em retaliação, Israel declarou uma guerra para "erradicar" o Hamas, que começou por cortes ao abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível na Faixa de Gaza e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre que cercou a cidade de Gaza.

A guerra entre Israel e o Hamas, que hoje entrou no 41.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza 11.500 mortos, na maioria civis, 29.800 feridos, 3.250 desaparecidos sob os escombros e mais de 1,6 milhões de deslocados, segundo o mais recente balanço das autoridades locais.