Boa noite!

O que têm Marítimo e CDU em comum? Andam a brincar às escondidas.

. O Marítimo vai amanhã a votos. Mas, a julgar pelas informações do clube enviadas à comunicação social, o sufrágio que decorre no Estádio dos Barreiros, mais parece um Conselho de Estado.

Dizem os verde-rubros que ainda mandam no clube que os repórteres estão obrigados a  recolher imagens, entre as 8h45 e as 9h00, hora de início da votação. Ou seja, não haverá  imagens de candidatos a exercer o seu direito. Fica a ideia que para o Marítimo tal momento pode revelar o sentido de voto, preferindo por isso mostrar o vazio, instalações sem gente dentro. Mais, a imprensa, qual inimiga de estimação, é aconselhada a andar longe das urnas até às nove da noite, sendo chamada apenas para o anúncio do vencedor e para ouvir o discurso do novo Presidente do Club Sport Marítimo. Só falta pedir que bata palmas.

Voltamos aos tempos que julgávamos erradicados após quase 50 anos de democracia. Nem nas eleições políticas mais renhidas deste País há tamanho secretismo e boicote à informação em tempo real. O Marítimo virou seita?  Os senhores candidatos Carlos André Gomes e Carlos Batista concordam com esta postura? Não foi neste clube que alguém se gabou de ter havido há dois anos um alegado 25 de Abril?

Espera-se que o CNID e o Sindicato dos Jornalistas tomem posição sobre mais esta brincadeira de mau gosto que configura um reles atentado à liberdade de imprensa.

. A CDU também costuma ir a votos. Mas desta feita com Edgar Silva a debater o futuro da Região no parlamento, preocupado com a lista de tópicos que entende ser o programa de governo, perdeu a noção de espaço e de tempo.

Julgando estar ainda noutra era, em que valia tudo no espaço público, a coligação comunista encheu por estes dias os abrigos de paragens do Funchal com material publicitário não autorizado. Como se fosse tudo deles. Como se não houvesse regras. Como se não existisse um contrato de concessão em vigor para a exploração comercial dos mupis e abrigos de autocarros, que por sinal custa uma pipa de massa todos os meses. Como se para limpar o lixo colado não fosse necessário mobilizar recursos e meios que têm custos. Se a moda pega, depois dos papelões do RIR na última campanha eleitoral e dos panfletos caseiras da CDU, a baixa política ainda decide plantar couves nas redondezas para que nas folhas destas possam ser escritas mensagens eleitoralistas.

. Escondidos têm também andado os que se gabam de ser líderes no escrutínio. Após dois dias de alegado debate parlamentar sobre o programa do XIV Governo Regional, os relatos de que tem pachorra de ouvir discos riscados apontam para desleixo abusivo da velha oposição, que ainda em modo eleitoral, pouco escrutinou o documento, preferindo insistir nas causas perdidas. A quem serve tamanha preguiça paga pelos contribuintes?