O PS a ser PS...

Guterres em 2001. Sócrates em 2011. Costa em 2023. Os últimos três primeiros-ministros socialistas – o outro primeiro-ministro do PS foi Mário Soares, que também não terminou o mandato – bateram com a porta, deixando o país à deriva.

Guterres foi embora dizendo que o país estava num pântano, esquecendo-se de dizer que foi ele próprio a criar esse pântano. Sócrates, fugiu depois de ter levado o país à bancarrota, obrigando os portugueses a pagar um violento plano de ajustamento para pagar as dívidas que o PS criou. E Costa, abandona agora o barco, arrastado pela teia de suspeição que rodeia os seus ministros chave, todos destacados dirigentes socialistas, e os seus homens de confiança. Entre estes, o seu chefe de gabinete e o seu melhor amigo, que não se percebeu (ou não se percebia) muito bem cargo ocupava nem o à-vontade com que se movia nos corredores do poder deste governo.

Não vou discutir aqui, porque não é o lugar próprio, as culpabilidades de cada um dos investigados, porque esse papel cabe à Justiça, mas é importante olhar para as responsabilidades políticas do PS nesta matéria. Depois de Sócrates, da Operação Marquês, do Caso BES e da PT, mandava o bom-senso que António Costa escolhesse para o governo e para a sua equipa mais próxima pessoas acima de qualquer suspeitas e blindadas quanto à sua honestidade. Mas o que se viu, foi exactamente o contrário. Temos pessoas que já tinham sido envolvidas em casos de justiça, temos pessoas, como o seu chefe de gabinete Vítor Escária, que já tinham sido constituídos arguidos em anteriores processos e que foram investigados no processo que envolveu José Sócrates, e temos um ministro, José Galamba, que depois da briga dentro do seu gabinete, há muito que já devia ter ido embora.

Costa, na arrogância que o politicamente o caracteriza, não se importou com nada disto; e depois do assalto ao poder a reboque de uma geringonça, a sua única preocupação foi sempre se perpetuar na cadeira de primeiro-ministro.

Agora, cabe ao PSD limpar os cacos em que o PS deixou o país.

Jesus Basilio